segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cariocas encontram muitos obstáculos na caminhada pela cidade

Esportistas apontam problemas nas pistas onde se exercitam. Prefeitura promete melhorias.


O DIA

Rio - A pista convida à prática de exercícios, mas quem caminha ao ar livre pela cidade muitas vezes é obrigado dar suas passadas olhando para o chão. Entulhos de obras, buracos, falta de iluminação e pouco policiamento são apenas alguns dos problemas na rota de quem quer manter a forma. O DIA encontrou condições precárias ao percorrer os principais pontos de caminhada de vários pontos do Rio. Na noite de quinta-feira, a luz dos poucos postes no entorno do Estádio Engenhão iluminavam a poeira das obras sendo espalhada pelo vento. Em meio ao ambiente escuro, as pessoas precisavam tapar os olhos enquanto desviavam dos entulhos da escavação do asfalto. “Não sou contra as obras, mas a gente é obrigada a conviver com esse lixo espalhado e com a poeira que vem nos olhos”, disse a dentista Adriana Cruz, 34 anos. No Maracanã, ele dá três voltas ao redor do estádio todos os dias: aos 54 anos, o representante comercial Mario Pinheiro se esforça para driblar os problemas. “Lá dentro o gramado é impecável, mas fora do estádio a conservação deixa a desejar. Tem muitos buracos e já presenciei assaltos”, disse.

Os andarilhos do Aterro do Flamengo e da Lagoa convivem com problemas parecidos: iluminação insuficiente e conflitos com pedestres e ciclistas. “Há trechos escuros e as bicicletas vêm muito rápido, muitas vezes causando atropelamentos”, disse o químico Olivau Nunes, de 60 anos, que gosta de caminhar na Orla da Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, as intervenções no entorno do Engenhão visam construir uma nova calçada e ciclovia no local. A secretaria também informou que vai reservar área de circulação para minimizar os transtornos com a obra. Não foi informado o prazo para o término da reforma. No Maracanã, uma equipe da prefeitura fez vistoria na sexta-feira para identificar trechos danificados e programar melhorias. A Rioluz informou que faz manutenção semanal e que irá aos locais trocar lâmpadas queimadas na Lagoa e no Aterro. A Guarda Municipal informa que distribui materiais educativos para o uso correto da ciclovia e que equipes fiscalizam os ciclistas.

No aterro: Escuridão e bikes velozes 
Durante a quinta-feira, a equipe de reportagem constatou trechos escuros nas ciclovias do Aterro do Flamengo e da Lagoa. A falta de iluminação é umas das principais reclamações. “De noite fica muito escuro, e evito passar por alguns locais, porque tenho medo de ser assaltada”, disse a estudante Rafaella Jeolas, de 19 anos. Segundo a RioLuz, a Ciclovia da Lagoa atualmente é atendida com 567 pontos de iluminação, enquanto o Aterro do Flamengo tem 528 pontos. Para o ator Carlos Eduardo Veiga, 31 anos, o que mais incomoda durante suas caminhadas no Aterro é a falta de educação de alguns ciclistas. “Eles reclamam dos carros, mas não nos respeitam”, afirmou. Não existe limite de velocidade para as bicicletas, porém o Código de Trânsito Brasileiro diz que as bicicletas não podem ser conduzidas de forma agressiva em vias movimentadas.

MATO, FIOS ARREBENTADOS, RESTOS DE MÓVEIS E LIXO NA ZONA OESTE
Asfalto esburacado, sujeira, entulhos de obras, móveis jogados na pista e até carcaças de veículos atrapalham o caminho das pessoas que se exercitam em dois pontos de Bangu: Estrada da Cancela Preta, e nas proximidades do Parque Bangu, onde o matagal avança para a pista. Na Rua Marechal Marciano, em Padre Miguel, a fiação solta de um poste de luz faz com que as pessoas tenham que desviar do caminho e passar para o outro lado da rua.

“Já tropecei várias vezes. Tem que tomar cuidado para não tomar um tombo. É tudo muito descuidado, um perigo principalmente para as pessoas de idade que andam aqui”, disse a funcionária pública Deise Carvalho, 47 anos, que caminha diariamente no Parque Bangu.

A gerência da Comlurb prometeu vistoriar a pista da Estrada da Cancela Preta e remover os resíduos. Segundo a empresa, o Parque Bangu é um condomínio fechado, cabendo à própria administração providenciar a capina. Em Padre Miguel, a RioLuz informou que identificou fios soltos de responsabilidade de uma operadora de telefonia e entrará em contato para que o responsável realize o reparo. Agentes do Programa Lixo Zero estão fiscalizando os bairros e multando quem joga lixo ou entulho nas vias públicas. Com relação ao Parque Bangu, a RioLuz afirmou que programará serviços de manutenção na iluminação da Avenida Ministro Ari Franco e de ruas no entorno, nos próximos dias.

De acordo com a Secretaria de Conservação, uma equipe fará vistoria na pista de caminhada próximo ao Parque Bangu para identificar os trechos danificados e programar os serviços necessários. A equipe de funcionários da secretaria também fará uma vistoria na Rua Marechal Marciano, em Padre Miguel, com o mesmo objetivo.

Reportagem: Lucas Gayoso
http://odia.ig.com.br/

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