quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pilar de viaduto tinha 10 vezes menos aço que o necessário para a obra

Segundo calculista contratado pela Cowan, "foi um milagre não ter caído antes".


Enzo Menezes e Felipe Rezende, do R7 A construtora Cowan, responsável pela execução da obra do viaduto Guararapes, que desabou em Belo Horizonte e deixou dois mortos no dia 3 de julho, informou nesta terça-feira (22), em entrevista coletiva, que falhas no projeto causaram a queda do elevado. De acordo com as avaliações da empresa, faltou aço no bloco que deveria sustentar a estrutura. O calculista Catão Francisco Ribeiro, da Enescil Engenharia, explicou os erros cometidos no processo. — O bloco tinha um décimo da carga a que seria submetido. Foi milagre não ter caído antes. Os trabalhadores também corriam riscos. Ainda conforme a Cowan, a Prefeitura de Belo Horizonte verificou e aprovou o projeto, que foi repassado à empresa pela Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) e "executado como determinado"

Alça 
 Segundo o parecer da construtora, a alça do viaduto Guararapes, que permaneceu de pé após o desabamento e estava sendo escorada, pode cair a qualquer momento. Além de sofrer dilatação e deformação do concreto, a obra foi planejada com o mesmo erro que fez o elevado desabar. Por isso, a companhia sugere que o tráfego não seja liberado na avenida Pedro 1º e que a área fique isolada. O diretor da unidade construtora da empresa, José Paulo Toller Motta, sugeriu a implosão da alça. Outras alternativas, como demolição ou recuperação, apresentam riscos. A decisão será da PBH. O diretor afirmou ainda que não seria possível perceber a falha a tempo. — A prefeitura entrega o projeto detalhado. Não se recalcula novamente todo o trabalho. A administração municipal, de acordo com Motta, pretendia liberar o tráfego na Pedro 1º ainda nesta semana, mas teria sido alertada pela empresa. Em nota, a Secretaria Municipal de Obras, por meio da Sudecap, afirmou que "está analisando o relatório apresentado na tarde de hoje pela Construtora Cowan, para tomar as providências que julgar necessárias em relação ao viaduto Guararapes"

 Segundo estudo apresentado pela Cowan, a carga máxima no topo do pilar era de 2.265 toneladas, enquanto cada uma das 10 estacas deveria suportar 250 toneladas (totalizando 2.250 ton). Como a construtora usou apenas 1/10 da ferragem necessária, apenas duas estacas centrais (500 ton) receberam o peso total. 


Lembre o caso O viaduto Gurarapes, que fica no bairro São João Batista, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, desabou no último dia 3 de julho. A construção atingiu quatro veículos, sendo um ônibus, um automóvel Fiat Uno e dois caminhões. A motorista do coletivo e o condutor do carro foram atingidos pelos escombros e morreram ainda no local. Outros 22 passageiros do ônibus ficaram feridos e foram socorridos para hospitais da cidade. Entre os feridos, está a filha da condutora, uma menina de apenas cinco anos. 

http://noticias.r7.com/

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