‘Política do Rio está sem rumo’, diz cientista político

Para Ricardo Ismael, alianças mostram fraqueza dos partidos.


O DIA Rio - A política do Rio de Janeiro está sem rumo e os partidos cada vez mais enfraquecidos. A avaliação é do cientista político Ricardo Ismael, da PUC-RJ, após a análise das alianças para as eleições deste ano. Faltando uma semana para o começo oficial da campanha, alianças de última hora, como a de Cesar Maia (DEM) com Luiz Fernando Pezão (PMDB) e a de Romário (PSB) ao lado de Lindberg Farias (PT), estão desapontando os eleitores. “Não há discussão sobre propostas ou afinidade ideológica nessas chapas, só a busca por mais tempo na TV. O eleitor está desencantado com estes acordos”, disse. 

 O cenário para as eleições no Rio ganhou contornos definitivos ontem, com a ratificação das candidaturas de Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR), nas respectivas convenções dos partidos. Ambos darão palanque à presidenta Dilma Rousseff (PT) no estado para tentar a reeleição, assim como Lindbergh, que verá Romário, seu companheiro de chapa, fazer campanha para Eduardo Campos (PSB), e Roberto Rocco (PV), seu vice, para outro presidenciável, o verde Eduardo Jorge . Pezão, por sua vez, estará ao lado de Aécio Neves (PSDB), mas garante voto em Dilma. Se o prefeito Eduardo Paes (PMDB) analisou o atual momento como um “bacanal eleitoral”, Ismael aponta clima de incertezas. “Há uma incerteza muito grande com relação a essas eleições. Se Pezão tivesse 100% de certeza que Dilma venceria, jamais abriria seu palanque para Aécio. Da mesma forma, se Dilma confiasse plenamente na vitória do atual governador do Rio, não ficaria distribuindo suas fichas entre ele, Lindbergh, Garotinho e Crivella”, avalia. Independentemente de quem vença os pleitos, o professor da PUC aponta para o enfraquecimento dos partidos com a formação dessas alianças. “As estratégias individuais para chegar ao poder se mostraram, mais uma vez, o fracasso ideológico dos partidos. Para o eleitor, não há proposta de melhorias para sua vida, é difícil saber o que esperar dessas alianças e a desconfiança aumenta”, pontuou. 

 Um dos gritos que tomaram conta das manifestações de rua em junho do ano passado condenava a presença de partidos políticos naquelas jornadas. Segundo Ismael, o momento reforça ainda mais esse distanciamento. “As pessoas que gritavam ‘sem partido’ continuam como um ano atrás. Se a aliança é essa agora, nada impede que ela seja outra na próxima eleição”, resumi

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