Em Brasília, Portugal corre atrás de um milagre

De olho em Alemanha e EUA, lusos se apegam à fé para golear Gana e ir às oitavas de final.


 HUGO PERRUSO Brasília - Com uma população predominantemente católica, Portugal vai precisar de muita fé para ir às oitavas de final da Copa. Não bastará apenas bom futebol nesta quinta, às 13h, no Mané Garrincha. Para garantir a vaga no Grupo G, os portugueses precisarão superar os desfalques, vencer Gana, torcer por vitória da Alemanha sobre os EUA e ainda tirar diferença de cinco gols de saldo dos americanos. “Eu acredito em milagres. É difícil, mas possível, temos que lutar até o fim. É um lema que Portugal sempre tem. Não era para estarmos nessa situação”, disse o zagueiro Pepe, que volta ao time após cumprir suspensão. Apesar da esperança, o clima é pesado. Na coletiva de ontem, Pepe e Paulo Bento mostraram irritação, e o técnico chegou a discutir com um repórter. Para complicar, Alemanha e EUA se classificarão com um empate. Mas Portugal não teme jogo marcado. 

 “Não tenho medo. No futebol deve haver respeito e dignidade. A situação é extremamente complicada. Dá para lutar e jogar tudo nas poucas possibilidades que temos”, afirmou Paulo Bento. 

Pelo lado de Gana, a posição também é desconfortável. O time precisa vencer por dois gols de diferença e torcer pela Alemanha. Mas as contas ficaram em segundo plano com problemas extracampo e discussão sobre a premiação pela classificação à Copa. Após a greve que atrasou a viagem a Brasília na terça-feira, os jogadores ouviram a promessa da Federação Ganesa de que sairia ontem o pagamento (R$ 225 mil por pessoa). Até mesmo o presidente do país entrou no circuito. Os atletas treinaram ontem e tentaram mostrar um clima leve. Fizeram oração de mãos dadas e, enquanto corriam, sincronizaram passos para as câmeras. “Mesmo que o dinheiro não chegue, vamos esquecer tudo e entrar em campo”, garantiu Atsu. O técnico Appiah admite que a discussão atrapalha: “Não durmo há duas noites. Seria certo receber algo que foi prometido, só que deveria ter sido resolvido antes. Mas receber o dinheiro vai motivá-los.”

Gramado ruim impede os treinamentos 
Preocupada com o gramado do Mané Garrincha — castigado nas pequenas áreas —, a Fifa não permitiu que Portugal e Gana fizessem o treino de reconhecimento no estádio. A mudança desagradou ao técnico português Paulo Bento, que criticou a entidade por problemas na organização, principalmente na escolha dos horários das partidas. “Nem sempre as coisas correm como se quer. Mesmo grandes instituições têm vários erros, como esse. Mas não será motivo de desculpa, como não foi jogar às treze horas em Salvador. Jogar nessa condição é ruim para todas as seleções. Não aconselham a não estar na praia às treze horas? Por que raios fará bem jogar futebol a essa hora? Tem que averiguar se essa será a melhor situação”, reclamou.

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