David Luiz, o verdadeiro capitão

Defensor mostrou personalidade na partida contra o Chile.


ANA CARLA GOMES , MARCIA VIEIRA E RODRIGO STAFFORD Minas Gerais - A seleção brasileira continua viva na Copa do Mundo e luta para estar no dia 13 de julho no Maracanã, na briga pelo hexa. E a cada jogo fica evidente que o zagueiro David Luiz merecia ter recebido de Felipão a braçadeira de capitão. O camisa 4 é o cara que todos os jogadores procuram em casos de aperto. Quando Willian e Hulk perderam seus pênaltis, David foi o primeiro a tentar levantar a moral dos companheiros. Além disso, assumiu a responsabilidade de ser o primeiro cobrador da decisiva disputa. Atuando com dores nas costas que comparou a ‘uma facada’ quando respirava, o filho da dona Regina conseguiu jogar 120 minutos. Ele tem a mistura da liderança técnica com a raça, eternizada por Dunga. Felipão escolheu quatro jogadores como capitães por diferentes critérios. Thiago Silva pela técnica apurada, David pela liderança e determinação, e Julio Cesar e Fred pela grande experiência. Thiago Silva no quesito capitão deixou a desejar no último jogo. Apesar de ter atuado bem, na hora que seus companheiros mais precisaram de uma palavra de apoio, ou de uma bronca, isolou-se e sentou em cima de uma bola. No dia seguinte, por uma rede social, desabafou. 

 “As pessoas julgam sem saber o que está acontecendo! Quem falou que eu estava derrotado nesta foto sentado na bola está muito enganado. Sou brasileiro e não desisto nunca. Apenas queria um momento meu para fazer uma oração”, justificou. O zagueiro ainda revelou um pedido inusitado a Felipão, que mostra grande instabilidade emocional para quem tem que ser o porto seguro dos companheiros. “Bater pênalti é uma grande responsabilidade em casa, e pedi a Deus para não chegar a minha cobrança. Errei dois dos três últimos, e o Felipão me perguntou: ‘Você pode ser o sexto?’. Eu disse que não. Pedi para ficar como último da lista, atrás até do Julio Cesar. Não estava confiante”, disse Thiago Silva à agência de notícias ‘Reuters’

 A opção de Felipão por Thiago Silva pode até ter poucos reflexos em campo, mas não há dúvida de que a função de capitão exige, sobretudo, muita personalidade. Psicólogo diz que a escolha foi infeliz Para o psicólogo João Ricardo Cozac, Thiago Silva não pode ser capitão. Segundo o doutorando em Psicossociologia Esportiva da USP e presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte, ele não teve postura de líder. “É inconcebível o capitão da Seleção, dentro de seu País, antes dos pênaltis, sentar na bola, chorar e ser acalmado pelos reservas. O capitão está mal escolhido”, opinou. Com 25 anos de experiência, Cozac já passou por Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro e Goiás. Para ele, a CBF não fez o preparo emocional adequado. O mapeamento realizado pela psicóloga Regina Brandão seria apenas o primeiro passo: “É como você chamar um preparador físico para, em duas semanas, botar alguém que está 10 quilos acima do peso em forma". 

Colaborou Vitor Machado
http://odia.ig.com.br/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mal silencioso: Veja 10 mandamentos para enfrentar a hipertensão

29 de janeiro de 1975: O assassinato do Bandido Lúcio Flávio