Rodoviários anunciam nova paralisação de 24 horas nesta quarta-feira.

Nova greve começa à meia-noite. 
Secretário-geral do Sintraturb afirma que líderes usam trabalhadores como massa de manobra.


PAULO CAPPELLI 

Rio - Os rodoviários dissidentes anunciaram, na noite desta terça-feira, nova paralisação de 24 horas da categoria partir da meia-noite desta quarta-feira. Cerca de 250 representantes fizeram assembleia no Centro da cidade e, na próxima sexta-feira, o grupo fará outra reunião na Candelária para decidir os rumos do movimento. Neste momento, eles caminham pela Avenida Presidente Vargas, no sentido Zona Norte. A via ficou interditada. Em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde também há expectativa de paralisação, ainda não houve decisão. Em nota, o Sintraturb pediu que os trabalhadores não façam greve, pois as empresas de ônibus podem demitir os profissionais que participarem da paralisação. 

Com faixas, adesivos e carros de som, a categoria protestou pacificamente na Cinelândia até o anúncio da greve. Por volta das 18h, um momento de tensão marcou o ato quando o secretário-geral do Sintraturb, Antônio Bustamante, apareceu na Candelária. Os grevistas pediram que ele subisse no carro de som para falar do posicionamento do sindicato e, diante da recusa, houve empurra-empura. A PM interviu, mas não houve agressão. "Poucos líderes desse movimento dissidente estão usando à classe trabalhadora como massa de manobra para uma manifestação bem mais abrangente contra o governo do Estado, a prefeitura do Rio e que incluí até apoio ao movimento Não Vai Ter Copa", disse Bustamante, que afirmou ainda que o Sintraturb não vai rever seu posicionamento. 

Cerca de 30 PMs do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE) acompanharam o protesto. O principal líder dos rodoviários, Hélio Teodoro, declarou que esperava ações mais conclusivas por parte do Ministério Público do Trabalho, cujos representantes se reuniram com as lideranças no começo desta tarde. "Achava que teríamos algo mais conclusivo, mas fomos escutados e não houve alguma decisão efetiva", lamentou Teodoro. 


Procurador pediu fotos de assembleia 
O Procurador do Trabalho, João Carlos Teixeira solicitou, na tarde desta segunda-feira, em reunião com rodoviários dissidentes, fotos de suposta assembleia feita em março que, segundo os dissidentes, contou com mais representantes da diretoria do Sintraturb do que de motoristas e cobradores da ativa. Em depoimento no Ministério do Trabalho, o líder do movimento grevista, Hélio Teodoro, afirmou que fotos divulgadas pelo vice-presidente do Sintraturb, Sebastião José — em que aparecem cerca de 500 pessoas —, são de assembleia realizada em 2013. Hélio afirmou que não conseguiu se filiar ao Sintraturb porque as fichas de inscrição que preenche "simplesmente desaparecem"

Advogados do grupo dissidente e da Rio Ônibus (associação das empresas) participam da audiência, mas ainda não se manifestaram. Já foram ouvidos os líderes do grupo dissidente Luiz Claudio da Rocha Silva, Hélio Teodoro e, no momento, Maura Gonçalves. O grupo de dissidentes não aceita o contrato firmado em abril, que deu aumento de 10% aos motoristas e cobradores, e se reunirá em assembleia, às 16h, na Candelária, para definir as próximas ações. Não está descartada a hipótese de greve por tempo indeterminado. Agora, os dissidentes informaram aceitar rever as reivindicações. “Nós podemos negociar um reajuste (salarial) abaixo de 40% e os valores da cesta básica. Mas não abrimos mão do fim da dupla função cobrador-motorista. Se ninguém quiser sentar e conversar com a gente, o jeito é fazer greve. Não sabemos se será por 24 horas ou por tempo indeterminado”, disse Luiz Cláudio da Rocha, um dos líderes do movimento. 

Em nota, a Rio Ônibus informou que não negociará por considerar o movimento grevista ilegítimo. A entidade declarou também que “considera uma afronta à Justiça a possibilidade de uma nova paralisação organizada por um grupo dissidente de rodoviários, que, desrespeitando decisões judiciais e recorrendo à violência, está interrompendo um serviço essencial à população, causando grandes prejuízos à cidade do Rio de Janeiro.” A Rio Ônibus disse reconhecer o Sintraturb como único representante legítimo da categoria.

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