Madrugada tensa no Complexo do Alemão

Até 1h, tiros ainda podiam ser ouvidos na região. Estrada do Itararé só foi liberada às 2h. Policiamento na região foi reforçado.


ATHOS MOURA E MARCELLO VICTOR

Rio - A madrugada desta segunda-feira foi tensa no Complexo do Alemão após a morte de Arlinda Bezerra de Assis, de 71 anos, conhecida como Dona Dalva, atingida por uma bala perdida no abdômen durante um tiroteio entre traficantes e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, no início da noite de domingo. Segundo a família, ela tentou proteger o neto de dez anos durante o confronto. Moradores protestaram e acusam a PM pela morte. Houve protesto. Por volta de 1h, tiros ainda podiam ser ouvidos na região. Após a manifestação de moradores que fechou a Estrada do Itararé, principal acesso às comunidades do Complexo do Alemão, e o ataque a tiros à UPP Nova Brasília, o policiamento na região foi reforçado com o apoio de PMs do 3º BPM (Méier), 16º BPM (Olaria), dos batalhões de Choque e de Operações Policiais Especiais (Bope) e de UPPs da região. A 45ª DP (Complexo do Alemão) também teve reforço no policiamento e todos os acessos à delegacia foram fechados na noite de domingo.

A polícia dispersou o protesto na via com spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha. Dois menores foram apreendidos. Eles teriam sido flagrados determinando a saída de passageiros de um ônibus. De acordo com a polícia, possivelmente o veículo seria incendiado. A Estrada do Itararé só foi totalmente liberada ao trânsito por volta das 2h, segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, onde a idosa foi socorrida, mas não resistiu, não havia nem policiais nem parentes no início da madrugada. De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), PMs foram atacadas a tiros no início da noite, quando passavam pela Rua 2. O ataque seria em represália pela prisão no domingo de Ramires Roberto da Silva, de 21 anos, acusado de matar a soldado Alda Castilhos e o subcomandante da UPP Vila Cruzeiro, Leidson Acácio Alves Silva, em fevereiro e março deste ano, respectivamente.

Por volta das 18h30, segundo a PM, policiais na Rua 2 foram recebidos a tiros por traficantes e revidaram. Os militares se abrigaram, e os traficantes fugiram. Dez minutos depois, os PMs foram acionados para socorrer uma mulher que havia sido baleada no abdômen. A vítima buscou ajuda na localidade conhecida como Largo da Vivi e foi levada de Kombi por morador à UPA do Alemão. A CPP também informou que um dos policiais teria conversado com a mulher baleada. Ela afirmou que foi atingida por um tiro de bala perdida enquanto caminhava por um beco da comunidade. E que conseguiu ir andando até o Largo da Vivi para pedir socorro. Ela morreu na unidade. Após saberem da morte da mulher, cerca de 50 moradores fecharam a Estrada do Itararé em protesto. A Prefeitura do Rio fechou os acessos à via, em ambos os sentidos, por medida de segurança. O caso foi relatado por vários leitores através do WhatsApp do DIA (98762-8248).

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