Diretor diz que preparação é a pior de toda a história dos Jogos

Olímpiadas para 2016 no Rio recebe mais críticas do Comitê Internacional.


PALOMA SAVEDRA

Rio - O Comitê Olímpico Internacional (COI) entrou em campo, no final da tarde de ontem, para evitar uma crise de grandes proporções com o Rio de Janeiro. Isso porque mais cedo, durante um seminário em Sydney, na Austrália, o vice-presidente da entidade, John Coates, classificou os preparativos da cidade para os Jogos Olímpicos de 2016 como os piores que testemunhou ao longo de seus 40 anos de experiência no esporte. 


“É a pior preparação que vivenciei. A situação é crítica. Mais grave do que em Atenas”, disse o dirigente australiano, referindo-se à capital da Grécia, sede das Olimpíadas de 2004, cujos problemas na organização do evento infernizaram o COI. Diante da repercussão, o COI colocou panos quentes no discurso de Coates ao informar, em nota, que o diretor-executivo Gilbert Felli, que está no Rio acompanhando os preparativos, tem visto muitos progressos. “Em conjunto com nossos parceiros no Rio, temos posto em prática uma série de medidas para apoiar os Jogos. Felli recebeu uma resposta muito positiva nos últimos dias”. De qualquer modo, o presidente do Comitê Organizador da Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman reagiu às palavras de John Coates. “A opinião dele é independente e não reflete a do COI. Todas as cidades que organizaram Olimpíadas conviveram com situações semelhantes às do Rio”, afirmou ao RJ TV .


Sem citar diretamente as críticas feitas pelo australiano, o comitê brasileiro, antes da declaração de Nuzman, emitiu uma nota na qual citou medidas recentes que comprovariam a aceleração dos preparativos. “Os anúncios do orçamento para os projetos de infraestrutura e legado, e o lançamento da licitação para as obras do Parque Olímpico de Deodoro são iniciativas cruciais e inequívocos sinais de avanço”.


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, absorveu com resignação os golpes do vice-presidente do COI. “Não concordo com todas as críticas. Mas temos que aceitá-las. E trabalhar duro para entregar tudo direitinho”, disse. Já o governador Luiz Fernando Pezão enfatizou que o Rio cumprirá os prazos para a entrega das obras.

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