Confronto no Complexo do Alemão deixa uma pessoa baleada

Dois menores e um adulto chamado Matheus da Silva Soares, de 19 anos, foram levados para a 21ª DP (Bonsucesso).


FLAVIO ARAÚJO

Rio - Policiais e traficantes iniciaram uma troca de tiros no Complexo do Alemão por volta das 20h desta segunda-feira. O jovem Carlos Alberto de Souza Marcolino, de 21 anos, levou um tiro no peito e foi encaminhado para o Hospital Geral de Bonsucesso. Dois menores e um adulto chamado Matheus da Silva Soares, de 19 anos, foram levados para a 21ª DP (Bonsucesso). O Batalhão de Choque dispersou o movimento com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Uma senhora desmaiou por conta do ar, que ficou insuportável. Além dos três ônibus que foram incendiados na Estrada do Itararé, principal via de acesso para o Complexo, os traficantes atearam fogo em mais dois veículos e outro ônibus embaixo da Linha Amarela. A UPA foi quebrada e saqueada. “Clima de guerra. Muitos tiros e explosões. Veículos incendiados”, contou um morador da Nova Brasília pelo WhatsApp do DIA (98762-8248).


Pelo segundo dia consecutivo os moradores da favela Nova Brasília convivem com tiroteio entre policiais e traficantes. A Estrada do Itararé ficou fechada ao tráfego nos dois sentidos. Além disso, na Estrada do Timbó, o comércio esteve fechado. Este é um local próximo à Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), onde mais cedo três carros foram incendiados, na Avenida Itaoca.

Diversos batalhões ajudaram no reforço na troca de tiros com os bandidos.
Muitos moradores, com medo, saltaram dos ônibus e foram para casa a pé, buscando refúgio nos muros para chegar até a residência. Leitores do DIA relataram por meio do Whatsapp (21-987628248) que o local estava em "clima de guerra", com muitas explosões, carros e ônibus incendiados e o trânsito fechado.


Conflitos ao longo de toda a segunda-feira
Pela manhã, três carros foram incendiados na Avenida Itaoca, perto da Coordenadoria de Polícia Pacificadora. À tarde, na altura da Fazendinha, a via foi palco de conflito entre criminosos, que tentavam fugir da região em um carro roubado, e policiais. Após troca de tiros, um bandido ficou ferido.

André Luís dos Santos, 33, dono de um dos carros incendiados e que trabalha numa empresa de vendas de materiais de construção, próximo de onde estava o veículo, disse ter visto alguns menores no local e lamentou o ocorrido.

"Eu não sei se o ato foi em protesto a alguma morte. Mas posso dizer que não tenho envolvimento nenhum com morte nenhuma e acabei prejudicado", diz o vendedor, que tinha no Monza, avaliado segundo ele em R$ 10 mil, como seu único bem.

Sobre a morte da idosa, um pedaço de projétil encontrado no corpo pode ajudar a polícia a elucidar de onde partiu o tiro. A bala foi achada durante necropsia e será utilizada em confronto balístico com as armas apreendidas dos PMs. Investigadores da Divisão de Homicídios (DH) realizaram perícia nos locais onde ocorreu a suposta troca de tiros e a idosa foi atingida por quatro disparos. “Foram apreendidos quatro pistolas e um fuzil dos policiais envolvidos no tiroteio. No local de perícia também arrecadamos um estojo .40. Temos que ver agora se esse projétil encontrado na vítima está em condições de ser confrontado”, afirmou o delegado Alexandre Herdy. A PM reforçou o patrulhamento na região com 200 policiais militares.

Enterro de idosa será nesta terça
O corpo de Arlinda será enterrado nesta terça-feira, às 13h, no Cemitério de Inhaúma. Nesta segunda, no Instituto Médico Legal, familiares da vítima lembravam da alegria do almoço da véspera, quando ela celebrou seu aniversário em família.

“Era uma alegria especial, única. Parentes continuavam em nossa casa esperando que o tiroteio entre policiais e bandidos acabasse. Quando tudo parecia acabado, ela resolveu deixar o sobrinho-neto em casa. Pedi para que ela tivesse cuidado, mas ela disse que conhecia a comunidade”, relatou a neta de Dona Dalva, Tamirez Assis, 24.

Poucos segundos após sair com o menino de 10 anos, ela foi atingida por dois disparos, na virilha e no abdomen, e encontrada sobre o garoto. “Ele só se lembra que, ao ouvir os tiros, ela o orientou a ‘ficar atrás da vovó’”, disse a mãe da criança, Marinalva Bezerra. O marido dela, Francisco Chagas, quer voltar para o Rio Grande do Norte”.

Colaborou Felipe Freire
http://odia.ig.com.br/

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