Apesar da notoriedade com episódio de racismo, banana não sofre alta de preço

'Aqui não tem nenhum macaco. Eu sou ser humano e gosto de comer bananas', disse o aposentado José Carlos Rodrigues, de 60 anos.


ATHOS MOURA

Rio - Sim, nós temos bananas. E não, não somos macacos. Essas foram as frases escutadas nas feiras livres. Nesses locais, frequentadores e feirantes contaram os benefícios da fruta e literalmente deram uma banana para a agressão sofrida pelo jogador do Barcelona Daniel Alves, na Espanha, no domingo.

“Aqui não tem nenhum macaco. Eu sou ser humano e gosto de comer bananas”, disse o aposentado José Carlos Rodrigues, de 60 anos. A psicóloga Sandra de Aguiar Portugal, 55, que comprou uma dúzia de bananas d'agua, classificou o episódio como lamentável. Mas para ela, a atitude de Daniel Alves foi exemplar. “Ele ter mastigado a fruta representou que se fortaleceu perante o preconceito alheio. O jogador se alimentou com aquilo”, disse a psicóloga.

O feirante Edson Gonçalves, 59, contou que se sentiu ofendido com a associação racista. Ele, que trabalha em feiras há 35 anos, sempre vendendo bananas, considera a fruta a responsável pelo seu sustento e a educação das duas filhas. Edson acha inadmissível diminuir o valor da fruta, e ainda mais um ser humano. 

“Sustentei minha família vendendo bananas. Tentaram diminuir a fruta, todos que gostam dela, e também uma pessoa (Daniel Alves). Para mim a banana é alegria, é boa”, disse o feirante.

Apesar da súbita notoriedade que a banana ganhou desde domingo, Edson prometeu que não irá aumentar o valor da dúzia. Para entrar na onda, o vendedor de pastéis Luciano Salomão, 31, que vende também o salgado com o sabor banana ironizou: “Podiam jogar pastéis no campo pra gente vender mais”.

E ainda dá mais prazer
Para a nutricionista Sonja Salles, colaboradora do Conselho Regional de Nutrição, terem atirado uma banana para Daniel Alves foi a melhor coisa que podia ter lhe acontecido. A especialista enumerou os benefícios da fruta: rica em potássio, vitamina B e triptofano, aminoácido precursor da serotonina, o hormônio do prazer; e principalmente, é uma forma de prevenir doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. Sonja também explicou que ela deve ser comidas em porções de até 80g, cinco vezes ao dia, ‘in natura’. "Quando você a bate no liquidificador, ela perde as fibras", explicou.

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