terça-feira, 22 de abril de 2014

Acusado de planejar ataques a UPPs se escondeu atrás da filha

Diante de policiais, chefão do pó usou a própria família como escudo.


HERCULANO BARRETO FILHO E LUARLINDO ERNESTO

Rio - Um dos chefes da facção Comando Vermelho e acusado de planejar vários ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), Bruno Eduardo da Silva Procópio, o Piná, se escondeu atrás da mulher e da própria filha quando foi localizado em uma casa de luxo na Praia de Tucuns, em Búzios, na Região dos Lagos, numa operação conjunta entre as polícias Federal e Civil. Segundo os agentes, Piná, que controlava o tráfico no Complexo da Penha desde a prisão de Fabiano Atanázio da Silva, o FB, em 2012, ficou com medo de morrer ao ser capturado às 11h40 de ontem, numa operação que contou com o apoio de dois helicópteros da Polícia Civil. Além de Piná, a polícia prendeu Eduardo Fernandes de Oliveira, o 2D. Um terceiro suspeito foi detido e, horas depois, liberado. Segundo a polícia, Piná e 2D são acusados de orquestrar ataques a UPPs do Alemão e da Penha, além da sede do AfroReggae, a mando de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, outro chefe do Comando Vermelho, foragido. 

Os traficantes passavam o feriadão na casa de veraneio com as mulheres e três filhos pequenos desde quinta-feira. De acordo com a investigação, Piná e 2D não saíam de casa para não chamar a atenção. As mulheres deles, que foram liberadas pela polícia, faziam as compras. Segundo a polícia, o imóvel, que possui quatro suítes, piscina e churrasqueira, foi alugado por R$ 7 mil pela mulher de 2D, através de um anúncio na internet. Os bandidos ficariam lá até o próximo domingo. Na garagem, foram encontrados três carros. Um deles, um Gol iMotion preto, nem chegou a ser emplacado e tinha apenas 414 quilômetros rodados. Os agentes também apreenderam R$ 9 mil. 

“Eram notas picadas, de R$ 5 e R$ 10, características de uma boca de fumo”, disse o delegado Carlos Eduardo Thomé, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal. A série de ataques orquestrados por traficantes começou em maio passado, quando tiros na Vila Cruzeiro interromperam o Desafio da Paz, prova de corrida que contaria com a participação do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. 


Cinco policiais militares foram mortos em áreas pacificadas nos complexos do Alemão e da Penha, desde novembro. Quatro deles acabaram baleados no Parque Proletário e Vila Cruzeiro, na Penha, área de Piná. Ele também é acusado de ter ordenado que carros e ônibus fossem incendiados no sábado na Rodovia Amaral Peixoto, perto da comunidade do Caramujo, em Niterói.

Suspeito de morte de PM em Niterói 
Com seis mandados de prisão pendentes, Piná também é acusado de envolvimento na execução de um PM só porque ele teria participado de operação para acabar com baile funk no Morro da Lagoinha, na comunidade do Caramujo, em Niterói, onde o traficante costumava se refugiar. Em fevereiro deste ano, o sargento Joilson da Silva Gomes, lotado no 12º BPM (Niterói), foi morto com mais de 50 tiros horas depois de participar da ação. Ele foi baleado dentro do carro, quando deixava o serviço, ao ser interceptado por dois homens que estavam numa moto. Piná foi indiciado em investigação feita pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo por envolvimento no crime. O traficante 2D possuía três mandados de prisão. No mês passado, a Justiça decretou a prisão preventiva do criminoso, acusado de participar de ataque a área onde ficam a base da UPP e a 45ª DP (Complexo do Alemão), com bombas de coquetel molotov. A ação ocorreu em janeiro.

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