As mentiras que você – ainda – acredita

Neste dia 1º de abril, vale a pena uma reflexão sobre o que estamos acostumados a acreditar, mas que nem sempre é verdade.

MAIARA RIBEIRO

Quem nunca contou uma mentirinha que atire a primeira pedra. Existem situações em que mentir parece ser a única saída – ou a mais fácil. Você já parou para pensar se as pessoas acreditam em tudo o que você diz? E você, acredita em tudo o que ouve? Pois bem, há coisas que ouvimos ao longo da vida e acreditamos sem contestar, e às vezes ainda repetimos por aí sem saber o real motivo de tal afirmação. “A mentira é algo que se aprende desde muito cedo e que pode ser útil na defesa de alguns interesses de crianças, adolescentes e até adultos”, afirma a psicóloga Carolina Torres. “Se são válidas ou não, cada sujeito é que deve se questionar nas relações em que usará essa ferramenta”, afirma.

Preconceitos
Frases como “Mulher no volante, perigo constante”, “Homem que é homem não chora”, “Todo político é corrupto” ou até mesmo “Se está mal vestido, é trombadinha” são comuns e refletem o preconceito que grande parte das pessoas tem sem se dar conta. Além disso, pensar que uma mulher é “sem vergonha” só porque ela usa roupa curta, pode ser outro equívoco – aliás, julgar qualquer pessoa pela roupa que veste ou pelo que ouviu falar dela, sem conhecê-la, é um grande erro. Segundo a psicóloga, afirmações como estas são claramente posturas preconceituosas e generalistas que não ajudam em nada a convivência entre as pessoas. “Isso se tornou comum porque o preconceito sobrevive disso, de estigmas que colocam sobre cada categoria de pessoas e que vão se alastrando através de piadas, condutas e frases repetidas pela mídia e pelas pessoas”, diz.

Idealização cultural
Há ainda ideias fixas de que todos devem se casar – antes dos 30 – que toda mulher deve ser mãe ou que alguém só é completo quando encontra a sua “alma gêmea”. Pode até ser que a maioria das pessoas faça isso, mas não é uma regra. Cada um vive sua vida da maneira que lhe satisfaz.

“Estes e outros consensos são frutos de uma idealização de sociedade que vem mudando ao longo do tempo, mas que permanece como um fantasma sobre as pessoas. Há teorias conservadoras por trás dela, que defendem um mundo que não aceita exceções”, conta a psicóloga.

“O problema é a pressão social advinda destas ideias que são passadas nas escolas, nas famílias, nas igrejas e na mídia o tempo inteiro como ideal de felicidade humana, como se fosse possível haver uma só forma de ser feliz. E não há. Há inúmeras. Há tantas formas de ser feliz quanto há pessoas”, aponta Carolina.
Superstições

“Espelho quebrado, sete anos de azar”, “Se deixar o chinelo virado, a mãe morre”, “Varrer os pés faz com que a pessoa não case”, “Leite com manga faz mal”: essas são algumas superstições comuns que as pessoas aprendem desde cedo com os mais velhos. Há, de fato, quem acredite nesse tipo de coisa religiosamente, e contra crenças não há questionamento. Afinal, é uma opção de cada um acreditar ou não. Porém, muitos creem sem saber a real origem disso, mas simplesmente porque a mãe, a tia ou avó falou e pronto. Por isso, vale uma reflexão maior sobre o assunto: Será que isso tudo é verdade?

http://jornaldotrem.com.br/
Colaboração: Marcília Nunes Trindade 
www.facebook.com/marcilianunes.trindade.3


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