Maduro antecipa o Carnaval para interromper protestos

Nesta segunda morreram dois no país, totalizando 15 vítimas.

CARACAS, Venezuela. Depois de antecipar o Natal para “derrotar a amargura”, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou feriado nacional na próxima quinta-feira para comemorar o 25º aniversário do famoso “Caracazo”, levante popular de 1989 contra o presidente Carlos Andrés Pérez, que deixou centenas de vítimas. Com a decisão, o chefe de Estado adianta o Carnaval, que começaria no sábado, em uma tentativa de interromper temporariamente os protestos de jovens estudantes e opositores ao governo, que deixaram 15 mortos, sendo que dois morreram nesta segunda.

Vários prefeitos da oposição, por outro lado, decidiram cancelar as festas de Carnaval. O slogan “Quatro dias de Carnaval por 365 dias de segurança” tomou as redes sociais no domingo, e a capital, Caracas, amanheceu nesta segunda com dezenas de manifestantes bloqueando com barricadas em algumas das principais avenidas. Na tarde da segunda, o principal opositor de Maduro, Henrique Capriles, anunciou que não iria a reunião marcada com o presidente em protesto. “Eles agem como se nada estivesse acontecendo aqui, como se houvesse normalidade. Estão desesperados pelo carnaval”, disse.

DILMA. A presidente Dilma Rousseff ressaltou nesta segunda a diferença entre as turbulências em curso na Ucrânia e na Venezuela. “O caso da Venezuela é distinto, não é uma situação igual à da Ucrânia. (...) É importante que também se olhe para a Venezuela do ponto de vista dos ganhos sociais desse processo”, disse.

“Quatro dias de Carnaval por 365 dias de segurança” 

Slogan que instiga protestos faz sucesso online

Filhas de Chávez fogem

Buenos Aires, Argentina. O chefe de gabinete da Casa Rosada, Jorge Capitanich, disse que “não há informação a respeito” de uma possível viagem de Rosa Virgínia e Maria Gabriela Chávez, filhas de Hugo Chávez, à Argentina. José Palmar, um padre venezuelano antichavista, disse que as duas teriam deixado a Venezuela. “Já se foram do país as filhas de Chávez. Agora falta Maduro e sua turma.”

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