Comércio é afetado com mudanças viárias no Rio

Comerciantes reclamam que vão ter prejuízos com alterações no trânsito do Centro da cidade.


HENRIQUE MORAES

Rio - As alterações no trânsito do Centro do Rio para obras do Porto Maravilha vão provocar prejuízos para comerciantes da região. A avaliação é da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), que informou que os estabelecimentos de rua serão os mais afetados, com acentuada queda de faturamento, a partir da interdição total do elevado da Perimetral, ocorrida no último sábado. A situação deve se agravar com a proibição de circulação de veículos particulares, pela Avenida Rio Branco, a partir de 8 de fevereiro.

Presidente do Conselho Empresarial de Comércio de Bens e Serviços da ACRJ, Aldo Gonçalves diz que ainda não há estimativa do tamanho dos prejuízos, mas lembra que o setor deve perder este ano cerca de R$5 bilhões em receitas com os excessos de feriados — incluindo os quatro a mais por conta dos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.

“Com a proibição de veículos particulares e a precariedade do sistema de transporte público, as pessoas vão evitar se deslocar para o Centro da cidade, prejudicando o faturamento do comércio local”, avaliou Aldo Gonçalves que também preside o Clube de Dirigentes Lojistas do Rio (CDL-Rio).

Gonçalves cita ainda que a proibição de circulação de veículos de carga e descarga, que reabastecem o comércio da região, na Avenida Rio Branco, será outro complicador. Segundo ele, as entregas devem passar a ser feitas com a ajuda de carrinhos leves. O que implicará no custo do serviço. “O cenário econômico para o setor comercial na Região Central em 2014 não é favorável e provavelmente haverá um encarecimento das entregas”, diz.

Segundo o dirigente, a Prefeitura do Rio promove mudanças estratégicas no deslocamento dos cariocas sem levar em consideração às necessidades do comércio. “Essas intervenções criam obstáculos para as pessoas circularem no Centro. O setor comercial é o que mais emprega no Rio”, afirma Gonçalves.

A partir do dia 1º de fevereiro, a Avenida Rio Branco, no trecho entre a Praça Mauá e a Avenida Presidente Vargas, passa a ter tráfego apenas no sentido Praça Mauá. No dia 8, a Rio Branco, a partir da Avenida Presidente Vargas em direção à Beira-Mar, terá via de mão dupla, exclusiva somente para táxis e ônibus.

Perdas com excesso de feriados
Um prejuízo estimado em R$ 5 bilhões para os setores de comércio e serviço do cidade. Esse é o cálculo do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) com os quatro feriados a mais neste ano devido à Copa do Mundo — nos dias de jogos da Seleção Brasileira, caso seja aplicada a Lei Geral da Copa. As quatro paralisações somadas aos 12 feriados oficiais previstos no estado podem fazer o ano terminar com 16 dias sem trabalho, elevando a perda para R$ 7,7 bilhões.

“Este prejuízo pode ser ainda maior se formos contar que, pelo menos, dois desses dias de competição devem virar feriadão por caírem na terça-feira e na quinta-feira. É certo que as pessoas vão emendar, prejudicando ainda mais o comércio”, reclama Aldo Gonçalves, presidente da entidade.

Com o excesso de feriados, em dias úteis e com a possibilidade de prolongamentos, o chamado “enforcamento”, o ano fica com apenas 300 dias comercialmente úteis, segundo estimativa do CDL-Rio. A entidade estima que cada dia parado para o comércio varejista da cidade representa uma perda média de R$ 370 milhões para o setor. Já no caso do Estado do Rio, as perdas médias diárias podem representar R$ 568 milhões. Além da Copa, março (Carnaval), abril (três feriados com possibilidade de prolongamentos) e novembro (dois feriados com chances de enforcamento) serão os meses mais prejudicados, na avaliação do CDL-Rio.

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