Rio, entre o Primeiro Mundo e a Idade Média

Jornais estrangeiros lançam olhar sobre desigualdades e avaliam as iniciativas para a cidade dar a volta por cima.


CHRISTINA NASCIMENTO

Rio - No mesmo dia em que o prefeito Eduardo Paes foi anunciado como o presidente do grupo C40 de Liderança Climática das Cidades, em Nova York, duas matérias dos renomados jornais ‘The New York Times’, dos EUA, e ‘Der Tagesspiegel’, da Alemanha, chamam atenção para a realidade de desigualdade social e a situação de pobreza na capital carioca. A prefeitura não quis comentar o assunto. Num texto irônico, o jornalista americano Michael Kimmelman diz que as autoridades locais, estimuladas pela Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, estão se esforçando para reinventar a cidade — cujo passado fica no Terceiro Mundo — e fazer dela uma economia de Primeiro Mundo. Em outro trecho, a matéria afirma que na cidade a diferença de classes sociais e corrupção são quase tão imóveis como as montanhas. “O Rio é uma cidade dividida em si mesma”, afirma Kimmelman. 

Na publicação alemã, que trata sobre a questão da dengue nas favelas do Rio, o cenário de miséria e abandono do Complexo da Maré é comparado ao período da Idade Média. “As casas são construídas próximas umas das outras, as ruas são estreitas, as condições de higiene, precárias. A confusão de pessoas, animais e mercadorias permite associação com a Idade Média”, escreve o jornalista alemão Philipp Lichterbeck, que lembra ainda que a comunidade está ‘nas mãos dos traficantes’.

Paes vai presidir grupo de cidades
Eduardo Paes vai assumir o posto em fevereiro, durante a Conferência de Prefeitos do C40, em Johanesburgo, na África do Sul. O mandato será de três anos. O cargo, atualmente, pertence ao prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Participam do C40 cidades como Berlim, Buenos Aires, Hong Kong, Houston, Jacarta, Johanesburgo, Londres, Nova York, Seul e Tóquio. O Rio é a primeira cidade emergente a presidir o C40. Para Paes, uma das medidas mais importantes já tomadas pelo C40 foi o compromisso de redução de emissão carbono até 2030.

Reforma no Porto recebe crítica do ‘NYT’
Uma das críticas mais pesadas feitas pelo jornalista americano diz respeito à reforma da Zona Portuária. Na matéria, o tema o projeto é considerado “acima de tudo uma grande jogada imobiliária comercial, um novo exemplo, se queixam os críticos, de um governo preso aos incorporadores imobiliários”. Em outro trecho, Kimmelman afirma que os conjuntos habitacionais do Minha Casa Minha Vida, que proliferam pela cidade, são construções sombrias e mal feitas “de concreto”

Fato é que a imagem do Rio tem sido negativa no exterior. Nesta semana, o Consulado dos EUA soltou um alerta sobre aumento de arrastões em áreas turísticas. Isso ocorre devido as últimas imagens que mostram roubos em série nas praias cariocas.

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