quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Número de assassinatos aumenta 38,1% no Rio

Casos de roubos a coletivos, pedestres, veículos e estabelecimentos também disparam.


O DIA

Rio - O número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) aumentou 38,1% em agosto, se comparado com o mesmo período do ano passado: de 294 saltou para 406 — destes, 140 só na Baixada. Em relação a julho deste ano, subiu 30,9% (de 310 para 406). Os dados, que referem-se ao Estado do Rio, são do Instituto de Segurança Pública (ISP), que também registrou crescimento nos casos de latrocínio (roubo seguido de morte): de 11 para 17. Também aumentaram os registros de roubo em coletivos, 82,3%, de de 345 para 629; roubo de veículos, 44,3%, de 1.751 para 2.527; roubo de telefones celulares, 43,9%, de 371 para 534; e roubo a transeunte, 32,5%, de 4.041 para 5.353.

Ainda segundo o ISP, houve aumento de 26% nos casos de roubo a residências (de 100 para 126) e de 44,5% nos de roubo a estabelecimentos comerciais (de 422 para 610). Para o sociólogo e especialista em segurança Ignácio Cano, o governo precisa repensar políticas públicas de segurança para enfrentar o crescimento da violência, priorizando a população da Zona Oeste e da Baixada. “Fizeram uma UPP no Cerro Corá (Cosme Velho) para garantir a segurança do Papa, mas permitem que muitos continuem morrendo em favelas dominadas pelo tráfico”. Segundo ele, como não há recursos para implantar UPPs em todo o estado, é necessário garantir as unidades em favelas de alta letalidade como a de Antares, em Santa Cruz, e criar urgentemente uma Divisão de Homicídios na Baixada. “Até hoje as políticas têm sido muito seletivas. É preocupante. Da mesma forma que as UPPs foram criadas para combater o tráfico, é preciso um modelo para enfrentar as milícias”. 

Por outro lado, diminuiu 11,3% o número de roubos de cargas (de 328 para 291). Sobre a produtividade policial, aumentou o número de apreensão de drogas (13,6%, de 1.257 em agosto de 2012 para 1.428 em agosto deste ano); o de armas apreendidas (1,9%, de 594 para 605); o de recuperação de veículos (36,6%, de 1.395 para 1.906). Aumentou ainda o número de prisões (11,4%, de 2.151 para 2.396).

Fetranspor e passageiros no mesmo lado: o das vítimas
Em lados opostos nas ruas durante os últimos meses, devido aos protestos envolvendo o preço das passagens, quando o assunto é violência, Fetranspor e passageiros estão do mesmo lado: o das vítimas. Impossibilitada de contratar seguranças particulares, como fazem o Metrô e a SuperVia, a Fetranspor afirmou através de nota que está sempre disposta a colaborar com a Secretaria de Segurança, disponibilizando, por exemplo, imagens de suas câmeras instaladas nos veículos.


Pelo lado dos passageiros, a sensação de insegurança tem aumentado na proporção dos índices. A universitária Roberta Moraes, de 24 anos, moradora de Copacabana, conta que a violência está fora de controle no bairro onde vive, e no Centro, onde faz estágio. “Teve tiroteio na Siqueira Campos neste fim de semana. No Centro, pivetes fazem o que querem. E sem contar as saidinhas de banco”, reclama Roberta, que em julho foi assaltada em plena Avenida Rio Branco.

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