EMBAIXADOR DOS EUA EXPLICA GRAMPOS: BRASIL NÃO É AMIGÁVEL




247 – Em um artigo publicado no Miami Herald, o escritor cubano Carlos Alberto Montaner revela conversa que teria tido com um embaixador americano sobre os motivos que levam os EUA a investigar o governo brasileiro. Segundo ele, o Brasil atual não é exatamente amigável. Leia a tradução feita por Rodrigo Constantino, da Veja:

Porque espionamos o Brasil
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cancelou sua visita ao presidente Obama. Ela se sentiu ofendida porque os Estados Unidos espionaram seu correio eletrônico. Não se faz isso com país amigo. A informação, provavelmente confiável, foi fornecida por Edward Snowden de seu refúgio em Moscou. Intrigado, perguntei a um ex-embaixador dos EUA: "Por que eles fazem isso?" Sua explicação foi duramente franca:

"Do ponto de vista de Washington, o governo brasileiro não é exatamente amigável. Por definição e história, o Brasil é um país amigo que ficou do nosso lado durante a II Guerra Mundial e na Coréia, mas o atual governo não é."

O embaixador e eu somos velhos amigos. "Posso identificá-lo pelo nome?", Perguntei. "Não", respondeu ele. "Isso criaria um enorme problema para mim. Mas você pode transcrever nossa conversa.” Eu vou fazê-lo aqui.

Tudo que você tem a fazer é ler os registros do Foro de São Paulo e observar a conduta do governo brasileiro. Os amigos de Luis Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são os inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista, pela primeira vez com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás) Maduro; Cuba de Raúl Castro, Irã, a Bolívia de Evo Morales, Líbia nos tempos de Kadafi; Síria de Bashar Assad. Em quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as linhas políticas da Rússia e da China, em oposição à perspectiva do Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca. Sua família ideológica mais parecida é a dos BRICS, com quem ele tenta conciliar sua política externa. A grande nação sul-americana não tem nem manifesta a menor vontade de defender os princípios democráticos que são sistematicamente violados em Cuba. Pelo contrário, o ex-presidente Lula da Silva, muitas vezes leva os investidores a ilha para fortalecer a ditadura dos Castros. O dinheiro investido pelos brasileiros no desenvolvimento do super-porto de Mariel, próximo a Havana, é estimado em US $ 1 bilhão.

A influência cubana no Brasil é secreta, mas muito intensa. José Dirceu, ex-chefe de gabinete e o ministro mais influente de Lula da Silva, tinha sido um agente dos serviços de inteligência cubanos. No exílio em Cuba, ele teve o rosto cirurgicamente alterado. Ele voltou para o Brasil com uma nova identidade e funcionou nessa condição até que a democracia foi restaurada. De mãos dadas com Lula, ele colocou o Brasil entre os principais colaboradores com a ditadura cubana. Ele caiu em desgraça porque ele era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas preferências ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.

Algo semelhante está acontecendo com o professor Marco Aurélio Garcia, atual assessor de política externa de Dilma Rousseff. Ele é um contumaz anti-ianque, pior do que Dirceu mesmo, porque ele é mais inteligente e teve uma melhor formação. Ele fará tudo o que puder para frustrar os Estados Unidos. Mas isso não é tudo. Há outras duas questões sobre as quais os Estados Unidos querem ser informados sobre tudo o que acontece no Brasil, pois, de uma forma ou de outra, elas afetam a segurança dos Estados Unidos: a corrupção e as drogas.

O Brasil é um país notoriamente corrupto e tais práticas afetam as leis dos Estados Unidos  de duas maneiras: quando os brasileiros utilizam o sistema financeiro americano e quando eles competem de forma desleal com empresas norte-americanas, recorrendo a subornos ou comissões ilegais.

A questão das drogas é diferente. A produção de coca boliviana se multiplicou cinco vezes desde que Evo Morales assumiu a presidência, e a saída para essa substância é o Brasil. Quase tudo acaba na Europa, e os nossos aliados nos pediram para obter informações. Essa informação, por vezes, está nas mãos de políticos brasileiros.

Minhas duas últimas perguntas são inevitáveis. Washington vai apoiar a candidatura do Brasil a membro permanente no Conselho de Segurança da ONU?

"Se você me perguntar, não", diz ele. "Nós já temos dois adversários permanentes: Rússia e China. Nós não precisamos de um terceiro".

Finalmente, será que os Estados Unidos continuam a espionar o Brasil?

"É claro", ele me diz. "É nossa responsabilidade com a sociedade dos EUA."

Acho que Dona Dilma deve mudar seus endereços de e-mail com freqüência.

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