Revenda de mercadorias apreendidas durante operações é investigada

Camelô que trabalha no Centro denuncia suposto esquema de desvio de produtos recolhidos durante operações realizadas pelos guardas municipais.

O DIA

Rio - Engana-se quem pensa que as denúncias de contrabando de produtos, no Camelódromo da Uruguaiana, são direcionadas exclusivamente a quem corre do “rapa”, por não ter habilitação ou por vender produtos falsificados. Um inusitado flagrante feito por um lojista local e policiais militares, na última terça-feira, mostra que por lá pode existir outro tipo de comércio ilegal: homens que se apresentam como funcionários da prefeitura vendem mercadorias, que garantem terem sido apreendidas anteriormente com donos dos boxes, por preços irrisórios. O comerciante Pablo Rodrigues, dono de uma loja de produtos evangélicos, ainda se restabelecia do baque de uma apreensão, feita em fevereiro. Na ocasião, segundo ele, R$ 100 mil em mercadoria estendidas sobre a calçada foram levados. Por não concordar com a ação da Guarda Municipal, ele lutava desde maio na Justiça para reaver os artigos religiosos. Para sua surpresa, durante a semana, um homem que se apresentava como servidor municipal teria surgido no local, oferecendo produtos que levavam o selo de sua loja, por preços mais baixos.

“Não dei pistas de que era o dono do material e perguntei por quanto me venderiam a carga inteira. Chegamos a um acordo de R$ 3,5 mil por um montante que vale aproximadamente R$ 60 mil. Ele disse que traria o material do depósito em alguns minutos, pois fazia parte de um esquema de desvios. Foi o tempo de chamar a polícia e realizar o flagrante”, contou.

José Carlos Marques, que fez a negociação, e Carlos Alberto de Oliveira, que dirigia a Kombi abarrotada de produtos, foram levados à 5ª DP (Centro) por PMs. No local, afirmaram ter recebido as mercadorias por doação e que não sabiam que haveria problemas em vender-los. A delegacia já abriu processo investigativo e encaminhou o material à perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli.

Secretaria diz que faz controle
A Guarda Municipal e a Secretaria de Ordem Pública (responsável pelo depósito) informaram que os homens levados à delegacia não pertencem aos seus quadros efetivos. A Seop afirma existir controle de entrada e saída dos produtos que são levados ao depósito e desconhecer o suposto esquema de desvios. Uma investigação será feita a partir de segunda-feira para apurar se os materiais apreendidos do comerciante eram aqueles foram oferecidos pelos homens, e se houve alguma doação recente de produtos religiosos, por expiração do prazo para reavê-los — que é de três dias.

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