Dilma: Manifestação contra médicos cubanos é 'imenso preconceito'

Presidenta criticou ato contra profissionais estrangeiros. 'Esses médicos vêm trabalhar onde médicos brasileiros não querem'.


O DIA

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff falou nesta quarta-feira sobre a importância da chegada de médicos estrangeiros pelo Mais Médicos, que vão atender em cidades onde não há profissionais e que não foram escolhidas por nenhum brasileiro inscrito na programa. Durante entrevista à duas rádios, Dilma criticou o ato contra os médicos. “Não é correto supor que, em algum país do mundo, haja um bloqueio contra a vinda de médicos especializados para ajudar”.

“É um imenso preconceito esse que algumas vezes a gente vê sendo externado contra os médicos cubanos. Primeiro, é importante dizer, se os médicos estrangeiros, e não só os cubanos, porque tem cubano, argentino, uruguaio, espanhol, português, tem de várias nacionalidades, esses médicos vêm ao Brasil para trabalhar onde os médicos brasileiros, formados aqui, não querem trabalhar, que são as regiões da Amazônia, do interior do Brasil e também as periferias das regiões metropolitanas”, afirmou Dilma.

Na segunda-feira à noite, em Fortaleza, manifestantes vestidos de branco chamaram os estrangeiros de “escravos” e repetiram palavras de ordem como “voltem para a senzala”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou de “truculência” e “xenofobia” (medo incontrolável do desconhecido) as ofensas que médicos brasileiros gritaram para os 96 colegas cubanos que saíam da primeira aula do curso preparatório para participar do programa ‘Mais Médicos’, do governo federal.

“Em primeiro lugar, tem muita truculência, muita incitação ao preconceito e à xenofobia. Lamento veementemente a postura de alguns profissionais — porque eu acho que é um grupo isolado — de ter atitudes truculentas, incitar o preconceito, a xenofobia. Participaram de um verdadeiro ‘corredor polonês’ da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa população”, disse o ministro ontem no Senado.

Padilha foi conversar com o vice-líder do PR na Casa, senador Antônio Carlos Rodrigues (SP) sobre o programa que pretende conceder bolsas de R$ 10 mil a médicos brasileiros e estrangeiros que concordem em atuar em áreas carentes no interior do país e na periferia das grandes cidades. A Medida Provisória que cria o ‘Mais Médicos’ precisa ser aprovada pelo Congresso até novembro. O ‘corredor polonês’ a que o ministro se referiu aconteceu na Escola de Saúde Pública do Ceará. Os médicos cubanos também foram chamados de “incompetentes”.


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