'Rompimento de adutora já era uma tragédia anunciada', diz morador

Cedae informou que vai pagar o funeral e o sepultamento da vítima de 3 anos.


FELIPE FREIRE , TIAGO FREDERICO E ANGÉLICA FERNANDES

Rio - O morador Jorge Luiz Carvalho, de 43 anos, disse nesta terça-feira que o rompimento da adutora em Campo Grande já era uma tragédia anunciada. Segundo ele, uma draga operava por cima do duto que estava em obra. Ele acrescenta que os moradores da rua já estavam com medo de que acontecesse algum rompimento. "É um absurdo um descaso com a gente que é pobre, se isso acontecesse com um empresário mandariam um helicóptero para resgatar".


O corpo da criança de 3 anos, que morreu por conta da inundação na rua, ainda está no necrotério do hospital Rocha Faria e deverá ser transferido para IML de Campo Grande. Uma equipe de médicos, assistente social e uma advogada da Cedae estão no hospital para acompanhar os feridos. A assistente social da Cedae tentou falar com o pai e a mãe da criança, mas eles não quiseram falar nada sobre o caso. A Cedae informou que vai pagar o funeral e o sepultamento da vítima. O coordenador de medicina da Cedae Ronaldo Turano já conversou com o vice-diretor do hospital, onde as sete vítimas estão internadas, e afirmou que se fosse necessário faria a transferência dos feridos para uma unidade particular Mas vice-direto disse que não haveria necessidade, já que não tem nenhum ferido em estado grave.  


'A perda de uma criança é irreparável', diz Cabral
O governador Sérgio Cabral foi até Campo Grande nesta terça-feira para acompanhar os trabalhos dos bombeiros e dos técnicos da Cedae. No local houve uma inundação ocasionada pelo rompimento da adutora Henrique Novaes. A jovem Isabela Severo dos Santos, de 3 anos, morreu afogada.


"Casas se reconstroem, objetos se compram, mas a perda de uma criança é irreparável. O governo irá prestar todo solidariedade a estas famílias que foram tomadas de pânico e terror com o rompimento da adutora", disse Cabral.

Todos os moradores atingidos serão ressarcidos pela Cedae e governo. Eles serão transferidos para hotéis ou motéis, perto de suas famílias, e receberão alimentação e cuidados médicos. Cabral disse ainda que a Cedae e peritos independentes vão apurar as causas do acidente. O prefeito Eduardo Paes também esteve em Campo Grande e prestou solidariedade às vítimas. "O primo da menina Isabela trabalha conosco como assessor. Vamos tentar encontrar alternativas para essas pessoas e olhar para as razões do acidente", afirmou. Segundo o subsecretário de Defesa Civil, Marcio Motta, 20 casas foram destruídas e 200 atingidas em três quarteirões.

'Perdi tudo, minha casa acabou', diz morador
O mecânico Adilson da Silva Serpa, de 42 anos, teve a casa destruída. Ele estava com a enteada Lavínia dos Santos Moura, 8, a esposa Ana Paula dos Santos de Oliveira, 32, e o cunhado Daniel Alberto. A família acordou por volta das 5h30 assustada com um barulho de água caindo no telhado de sua casa, na Rua Projetada A.

"No começo achamos que era chuva. Mas o barulho não diminuiu e as telhas começaram a quebrar. Fomos para o segundo andar e quando abrimos a porta do banheiro vimos as paredes caindo. Logo em seguida um jato de água jogou todos nós para da casa fora", contou Adilson.

Rompimento de adutora assustou moradores de Campo Grande

De acordo com o mecânico, a família foi resgatada com auxílio de um bote. "Depois que caí na água não vi mais nada. Foi um desespero tremendo. Perdi tudo. Quatro carros foram destruídos. Terei que construir tudo de novo, minha casa acabou", lamentou. O cachorro da família, segundo ele, ainda não foi encontrado. Adilson disse que há dois meses uma empresa particular realizou serviço de terraplanagem exatamente no local onde a adutora se rompeu.

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