Caipirinha, filas e preço alto

Peregrinos aproveitam para conhecer os encantos da cidade, mas caem na rotina carioca.


FRANCISCO EDSON ALVES E MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - De peregrinos a turistas. A Jornada Mundial da Juventude terminou domingo, mas quem veio para o evento e ficou no Rio de Janeiro aproveitou esta segunda-feira para conhecer melhor as belezas da Cidade Maravilhosa: para muitos, o momento também era de peregrinação, só que em busca de diversão e lazer. Um dos pontos mais visitados foi o palco de Copacabana, usado para as celebrações do Papa Francisco. O dia ensolarado animou muitos a darem um mergulho no mar. Outros lugares muito procurados foram o Jardim Botânico e o Corcovado. Mineiros de Belo Horizonte, o professor Rodrigo Maciel, de 40 anos, a mulher dele, a fonoaudióloga Ana Júlia Mendes, 39, e os três filhos, puderam ver de perto ontem o palco em Copacabana. “É muito emocionante chegar tão perto”, disse Rodrigo. A administradora curitibana Rozana Bernadette Malucelli, 56, também incluiu o palco no passeio pelo bairro. “É tocante, é forte estar aqui”.

Sem meia entrada
No Largo do Machado a espera por uma van para ir até o Corcovado foi de quatro horas. “Estamos quase desistindo de subir. A espera está muito longa porque há poucas vans para nos levar”, diziam os portugueses Luisa Calvinho, 27, e Pedro Silva, 23. A reclamação principal dos estudantes paranaenses Ana Paula de Souza, 20, e Eduardo Fanini, 25, era o preço dos ingressos para o Cristo, que ontem não estava aceitando meia entrada. “Tivemos que pagar R$ R$ 45,38 (R$ 17,74 de transporte e R$ 27,64 de entrada). Não entendi porque, num dia como hoje, com a cidade cheia de jovens, não houve meia entrada”, reclamou ela.


Bebida é uma tentação difícil de resistir
Boa parte dos estrangeiros que participou da Jornada Mundial da Juventude confessou ter cometido um ‘pecadinho’, ao se render, de corpo e alma, à tentação da caipirinha, o drinque mais famoso do Brasil. ‘Desobedecendo’ o Papa Francisco — que, ao visitar a comunidade de Varginha, em Manguinhos, brincou, dizendo que gostaria de bater em cada porta e pedir “um cafezinho, não um copo de cachaça” —, um grupo de peregrinos franceses, por exemplo, na hora do santo lazer, depois da maratona de rezas, enfiava o ‘pé na jaca’, sem cerimônia, em bares do Centro. Para eles, pecado era não conhecer a tradicional bebida.

Franceses brindam com caipirinha
José Pereira, um dos sócios do Restaurante Rio Barcia, no Centro, contou que nos três dias que cerca de 50 jovens franceses jantaram no estabelecimento, eles consumiram mais de 80 litros de caipirinha. “Ignoraram cerveja e o champanhe, a bebida tradicional da França”, afirmou. “No primeiro dia pediram nada menos que 60 copos de caipirinha de uma só vez. E haja limão, gelo e açúcar”, comentou o garçom Francisco Sampaio, que até aprendeu algumas palavras em francês. “A principal foi ‘salut’, pois os brindes aconteciam a todo momento”, ressaltou o garçom Sampaio.

Padre absolve comemoração
A estudante Morgane Oger, 21, de Paris, definiu “a mistura” como “uma coisa louca!”. “Deixa tudo mais divertido”, declarou, aos risos, enquanto saboreava mais uma dose de “caiaba”, como também é batizada a caipirinha na Lapa. Cyril Gordien, 39, um dos padres que acompanhou 110 jovens da França, entre eles sete cadeirantes, era uma espécie de guardião dos que exageravam “um pouco nas doses”. “É um momento importante. Comemorar com responsabilidade faz parte”, observou. Então tá: salut!.

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