Manifestantes e PMs entram em choque durante protesto no Maracanã

Jornal do Brasil

Por volta das 18h30 deste domingo (30), quando  manifestantes que protestavam nas imediações do Maracanã se encontraram com a barreira de policiais que impediam o acesso ao estádio, o clima de paz chegou ao fim na Tijuca. O conflito começou depois que pedras foram arremessadas por manifestantes contra as forças de segurança. O grupo também atacou com fogos de artifício e garrafas, e a polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. A confusão inicial ocorreu entre dois postos de gasolina e preocupou pela presença de artefatos explosivos.


Para reforçar o bloqueio, o policiamento avançou a Tropa de Choque e um blindado "Caveirão", de onde foram disparadas balas de borracha. Alguns manifestantes correram em direção à Uerj para tentar escapar dos sprays de pimenta. Outros buscaram abrigo em prédios vizinhos. A Estação do metrô da Praça Saens Pena foi fechada. O conflito se estendeu pela avenida Maracanã, e o corre-corre chegou à Praça Varnhagen. Reduto boêmio da área do Maracanã, o local estava cheio de bares com clientes que queriam assistir ao jogo. Em meio ao barulho das bombas lançadas pela PM, manifestantes fugiram e chegaram correndo à praça, provocando pânico em alguns clientes, que abandonaram suas mesas. O Bar Buxixo chegou a fechar algumas portas. Um grupo de 30 manifestantes parou em frente ao Bar Sokana e gritou "alienados" para as pessoas que assistem ao jogo no bar. Algumas pessoas chegaram a discutir com os que protestavam.


Após o confronto, a multidão se dispersou mas, alguns minutos mais tarde, um grupo de manifestantes chegou ao voltar às imediações do Maracanã para enfrentar a polícia. O protesto não se prolongou e o grupo acabou indo embora.  Cerca de uma hora antes da final da Copa das Confederações, três fileiras de agentes de segurança aguardavam a manifestação que se deslocava rumo ao estádio. A primeira era formada apenas policiais militares, cerca de 300; a segunda, formada por homens da Força Nacional de Segurança, 150; a terceira, por homens do Batalhão de Choque e do Batalhão de Ações com Cães, com 50.  Ao chegarem no grande bloqueio formado por agentes de segurança pública nos entornos do estádio, manifestantes gritavam: "Ei, polícia, não esquece que o (governador Sérgio) Cabral te paga mal", gritavam em uníssono os presentes, alguns deles mascarados.

Ato pacífico pela manhã
Pela manhã, cerca de 5 mil ativistas fizeram um protesto pacífico, saindo da Praça Saens Pena e seguindo até as imediações do Maracanã. Um forte contingente de policiais impediu o acesso dos manifestantes ao estádio, mas não houve conflito. 


A ideia era chegar ao estádio antes das 13h, horário marcado para que o bloqueio fosse colocado nas proximidades do Maracanã. Porém, por conta da antecipação do protesto, a barreira foi colocada meia hora antes, às 12h30. Os manifestantes foram contidos pela Polícia Militar e soldados do Batalhão de Choque bloquearam o acesso, equipados com armas de efeito moral. Os policiais também bloqueiam outras ruas que dão acesso ao Maracanã. Não houve registro de incidentes no protesto da manhã. Com a ajuda do Caveirão - carro blindado utilizado para operações em zonas dominadas por traficantes - e de policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a segurança foi reforçada. Um helicóptero da PM também sobrevoou o local.

Os manifestantes distribuíram panfletos dando orientações sobre o que fazer caso houvesse tumulto. O texto contém dicas, como não correr, não tirar a camisa, manter a calma, e ainda ensina o que fazer para minimizar os efeitos do spray de pimenta, como não esfregar os olhos e não engolir a saliva. Por sua vez, a PM também distribui panfletos aos ativistas pedindo paz e destacando que a polícia está ali para proteger as pessoas. Os participantes da mobilização portavam bandeiras e cartazes com várias reivindicações, entre elas mais investimentos em saúde e educação públicas. Eles também gritavam palavras de ordem contra a privatização do Maracanã, os gastos e as remoções feitas por causa da Copa do Mundo de 2014.

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