Banheiro de boate foi lavado depois de agressões

Nova perícia acha vestígios de sangue onde gay foi espancado. Imagens do circuito interno podem ter sido apagadas.

Perícia esteve nesta quinta-feira em boate onde agressões ocorreram Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
MARIA LUISA BARROS

Rio - Nova perícia realizada por agentes da Divisão de Homicídios, na quinta-feira, encontrou vestígios de sangue no chão, no vaso sanitário e nas paredes do banheiro da Boate Queen, em Jacarepaguá, onde o cabeleireiro Luiz Antônio de Jesus, de 49 anos, foi espancado. Segundo o delegado Fábio Cardoso, o local também foi lavado após as agressões que culminaram com a morte dele. O sangue foi detectado graças ao luminol, um reagente químico. A polícia analisa se o crime, no domingo, teve motivação homofóbica — a vítima era gay assumida. Os investigadores buscam imagens de câmeras instaladas próximas ao banheiro. Segundo o delegado, vários equipamentos estavam danificados, e perícia poderá apontar se as imagens foram apagadas propositadamente.

O inquérito deverá ser concluído em 30 dias. Investigações preliminares, no entanto, com base no laudo cadavérico, revelam que o cabeleireiro morreu em consequência de traumatismo craniano provocado por ação contundente, possivelmente por vários socos. Policiais recolheram documentos para identificar todos os funcionários da casa noturna, muito frequentada por homossexuais. Quatro seguranças prestaram depoimento. Testemunhas serão ouvidas nos próximos dias.

“Já temos alguns suspeitos e vamos chegar ao autor do crime”, garantiu o delegado Fábio Cardoso.

Familiares exigem punição
A boate Queen vai permanecer interditada até a conclusão das perícias. Nesta quinta, familiares acompanharam o trabalho da Divisão de Homicídios.

“Queremos saber por que ele foi morto. Quem o agrediu queria matá-lo”, disse a amiga Inez Rocha, de 52 anos. A irmã Rosalina da Silva afirma que a família está estarrecida. “O Luiz era uma pessoa pacífica. Nunca brigou com ninguém. Respeitava a todos. Queremos uma resposta”. Ela recebeu apoio de vários grupos contra a homofobia. “Nossa luta é para não deixar que a morte do meu irmão, como tantos outros crimes, fique impune”, disse a irmã.

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