Emoção e protestos marcam a reabertura do Maracanã

Rio -  Depois de dois anos e oito meses fechado, o famoso ‘O Maraca é nosso’ foi novamente cantado nas dependências do mais famoso estádio de futebol do mundo. Embora não seja mais o maior de todos, o Maraca, agora, é certamente um dos mais modernos.

Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia

Na festa de reabertura com o jogo entre amigos de Bebeto e Ronaldo, operários e convidados puderam conferir as muitas novidades do estádio com jogadores, que, se não são tão jovens assim, fizeram parte da história do futebol pentacampeão mundial. Uma das modernidades derrubou, literalmente, operários e convidados. As cadeiras, agora numeradas, são retráteis e se fecham quando ninguém está sentado. Os trabalhadores se complicaram e os tombos foram muitos. Uma das principais estrelas convidadas e crítico das obras no Maracanã, Romário não apareceu, diferentemente do que Bebeto anunciara. E coube ao substituto do Baixinho, Washington, a honra de marcar o primeiro gol do novo Maracanã.

Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

“O que mais gostei foi da proximidade da torcida com o campo. Dá para sentir ainda mais o calor dos torcedores e certamente os jogadores ficarão motivados”, disse o Coração Valente.

Nas arquibancadas, a festa maior era dos rubro-negros. Os operários vibravam toda vez que um jogador identificado com o time era anunciado. Quando os cantores Eduardo Dusek, Sandra de Sá, Fernanda Abreu e Ivan Lins entraram no gramado representando Botafogo, Flamengo, Vasco e Fluminense, respectivamente, o público mostrou quem era maioria.

Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia

A rubro-negra Sandra de Sá foi ovacionada, enquanto a vascaína Fernanda Abreu acabou vaiada. Até a presidenta Dilma Rousseff entrou na brincadeira e gritou “Mengo” em provocação ao prefeito Eduardo Paes, vascaíno. O placar da ‘pelada’ foi o que menos importou na festa. O Maraca foi aprovado em seu primeiro evento-teste.


Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia

Emoção de quem fez a obra
Os operários que trabalharam nas obras de reforma e familiares enfrentaram longas filas para entrar no Maracanã, mas não houve tumulto. Mulher de um pedreiro, a dona de casa Maria Rodrigues levava o filho e o sobrinho. Foi a primeira vez de ambos em um estádio: “Já faz 20 anos que vim ao Maracanã pela última vez. Será um prazer ver o estádio reformado e com o esforço do meu marido”Cássio de Paula, 28 anos, trabalha há dois como assistente técnico nas obras do estádio. Vascaíno, disse que sempre ia aos jogos do time no Maracanã. Agora, promete voltar e tem motivo especial para isso: “É um privilégio ser um dos primeiros a ver o novo Maracanã funcionando. A obra está muito bonita. E toda vez que voltar vou me ver aqui. Trabalhei em todos os estágios da obra”.

Protestos e cambistas
Antes de a bola rolar no reformado Maracanã, houve protesto contra a privatização do estádio, a demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare e da Escola Municipal Friedenreich.

Feministas protestam na porta do estádio | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

A Polícia Militar destacou homens dos batalhões de Operações Especiais e de Choque, que fizeram um cordão nas proximidades do estádio. Houve confronto com manifestantes.Mais tarde, com seios à mostra, três mulheres do grupo Femen também engrossaram os protestos na área, foram detidas e levadas para a 18ª DP (Praça da Bandeira).

Governo foi alvo de críticas pelos torcedores | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

Cambistas também tentavam vender ingressos distribuídos aos operários por R$ 50. À paisana, agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública estavam atentos e pelo menos cinco foram detidos e encaminhados à delegacia.

Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

Reportagem de Ana Carla Gomes, Athos Moura, Alysson Cardinali e Rodrigo Stafford

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