Bernardo relata à polícia detalhes da tortura na Maré
POR MARIA INEZ MAGALHAES
Alerta de jogador teria sido a salvação
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Rio - ‘Você vai morrer’. Por mais de uma hora, essa foi apenas uma das várias ameaças sofridas pelo jogador Bernardo Vieira de Souza, do Vasco, durante o tempo em que ficou em poder do traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, chefão do tráfico no Complexo da Maré, e de comparsas no dia 21. Em depoimento à 21ª DP (Bonsucesso) nesta segunda-feira, ele confirmou que sofreu tortura psicológica por parte do bandido, mas negou ter sido agredido. No entanto, afirma ter sido amordaçado, amarrado e obrigado a tirar toda a roupa. Os advogados da vítima, que também foi ameaçada de violência sexual, devem pedir proteção para o atleta.
Dayana Rodrigues, 22 anos, seria uma das namoradas de chefão do pó e teria ‘virado a cabeça’ de Bernardo | Foto: Reprodução Internet e Alexandre Brum / Agência O Dia
Bernardo contou ainda que foi colocado dentro de um carro e que os criminosos ficaram andando com ele pela favela. Parte desses momentos de terror aconteceu diante de Dayana Rodrigues, uma namorada de Menor P e pivô do crime, que também foi ameaçada de morte. O bandido acusa o jogador de ter saído com ela. No entanto, na delegacia, ele negou conhecê-la.
Dayana foi levada para onde Bernardo era torturado. Ainda segundo o depoimento do vascaíno, Menor P obrigou por várias vezes o jogador a confessar que saiu com ela, mas o jogador continuou negando. Mas a mulher não foi poupada: levou sete tiros — cinco em uma das pernas e dois no pé esquerdo —, além de ter sido espancada na Vila do João. Ela já teve alta de hospital.
Alerta de jogador teria sido a salvação
O jogador foi tirado da favela pelos amigos e também jogadores de futebol Wellington Silva, do Fluminense, e Charles, do Palmeiras, que também estavam na favela. O depoimento de ontem durou quase três horas. O jogador contou que ficou muito abalado. Wellington Silva, nascido e criado na região, teria intercedido em favor de Bernardo, alertando os bandidos de que se matassem o vascaíno, o crime teria repercussão nacional. Ele teria dito até que no dia seguinte uma UPP poderia ser instalada na comunidade, como resposta do governo do estado.
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