Em missas, padre acusado de estupro se dizia 'um pecador'

Polícia Civil investiga se jovem que hoje tem 19 anos foi molestada pelo sacerdote Emílson Corrêa aos 13 anos.

Um vídeo apresentado pelo pai mostra o padre beijando uma jovem | Foto: Reprodução

POR: FLAVIO ARAÚJO
MARIA INEZ MAGALHAES

Rio -  O padre Emilson Soares Corrêa, de 52 anos, se dizia nas missas um pecador. “Eu sou um pecador! Todo homem é pecador”. O discurso era repetido na homilia do pároco. “Achava estranho. Agora entendo, ele estava confessando. Ainda bem que nunca deixei minha filha sozinha na igreja”, disse J.P,. uma religiosa. Na Delegacia de Atendimento à mulher (Deam), a mãe da jovem X., de 19 anos, afirmou que na reunião o ex-marido disse em conversa ao arcebispo que “conserte o problema. Já reformou uma casa, agora dê outra para X. morar. Quando Gal (companheiro preso) souber, ela vai ter que sair de lá para não ser morta”.

Nesta quarta-feira, o pai da jovem disse que a filha de 10 anos contou detalhes do assédio. “Ela me disse que ele a colocou no colo, no carro com a desculpa de ensiná-la a dirigir”.

Padre indiciado
Emilson foi indiciado nesta quarta-feira pela segunda vez por estupro de vulnerável pela acusação de ter feito sexo oral com X. quando ela tinha 13. Ele já responde por suspeita do mesmo crime porque teria molestado aos 7 anos a irmã dela, hoje com 10 anos. O pai das vítimas foi indiciado por extorsão. Ele teria pedido uma casa para não divulgar as imagens do padre fazendo sexo com a filha e uma adolescente de 15 anos. A jovem contou na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói que o padre a induzia à prática em banheira numa igreja do Cubango, em Niterói.

Padre acusado de estupro de vulnerável deixa a delegacia | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

Ela confirmou a denúncia no Ministério Público. “Ela havia dito que as relações sexuais começaram aos 15 anos porque foi na época que houve penetração”, explicou a delegada da Deam de Niterói, Marta Domiguez. O arcebispo de Niterói Dom José Francisco Rezende Dias vai depor. Marta quer saber porque o padre foi transferido da igreja do Cubango para a N. S. do Amparo, em São Gonçalo. Segundo ela, há informações de que a relação dele com menores já era conhecida. Ela investiga a origem do dinheiro do padre, que comprou motos e reformou a casa da vítima, e teria pago R$ 30 mil em uma viagem que fez com X. e o filho dela, cujo pai está preso.

Pai das meninas entregou à Deam áudio da reunião que teve na Arquidiocese de Niterói que, segundo ele, prova que não houve chantagem. Na conversa, ele, entre outras coisas, pede que a igreja faça algo pela família, que teria sido ameaçada por companheiro da jovem.

A gravação

Pai: “Eu tenho o pen drive do sexo e da confissão. Ou vocês entram num acordo comigo, ou eu vou à delegacia.”
Arquidiocese: “Que acordo que o senhor pensa?”
Pai: “O que vocês têm a me propor?”
A: “A gente não tem nada a lhe propor”.
Pai: “Queremos a posição de vocês quanto a isso (suposta ameaça de morte feita pelo companheiro da jovem que está preso)."
A: "Mas o que a igreja pode fazer?”
Pai: “Eu vou deixar com vocês”.
A:"Temos que ouvir o que os senhores querem, e vou conversar com o padre. Vamos ver se ele assume perante a gente."
Pai: “Então nós estamos terminando a conversa aqui, é isso?”
A: “Não está terminando, estou dizendo que tenho que ouvir o padre”.
Pai: “Então tá. É isso mesmo? “Então vamos chamar a reportagem e acabar com esse problema”.
A: “Tudo bem”.

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