Prefeito convoca coletiva, mas deixa local sem responder perguntas

Rio Grande do Sul -  A investigação sobre a tragédia que matou mais de 230 pessoas na boate Kiss , em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, atingiu, nesta terça-feira, a disputa política. Após o Ministério Público instaurar um inquérito civil para apurar suposta improbidade administrativa de agentes da gestão municipal, o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) convocou uma entrevista coletiva.

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Schirmer reuniu a imprensa e parte do secretariado em seu gabinete para falar com a imprensa, mas acabou fazendo apenas um longo pronunciamento. Ao final da sua fala, o prefeito deixou o local sem responder nenhuma pergunta. Segundo o assessor do gabinete, ele teria "demandas mais urgentes".

Quem respondeu às questões dos jornalistas foi o secretario do governo Giovanni Manica. Ele afirmou que o alvará de localização da boate, que é de responsabilidade da prefeitura, está dentro do prazo de validade. Segundo ele, uma inspeção foi realizada no local em abril do ano passado e não constatou nenhuma irregularidade na boate. O prazo de validade da inspeção era de um ano.

Longo inquérito
O delegado de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou que a previsão é de que mais de mil pessoas sejam ouvidas para esclarecer os detalhes e determinar os responsáveis pela tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Arigony explicou que tudo indica que o local funcionava irregularmente. O incêndio na casa de shows deixou 234 pessoas mortas na madrugada de domingo. A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul informou, na noite desta segunda-feira, que 129 vítimas seguem internadas: 76 em estado grave e 53 em observação.

O delegado havia confirmado na segunda-feira que a boate tinha um alvará de funcionamento, mas que ele não era válido e estava em processo de renovação. Ele disse que a informação foi dada pelo proprietário do estabelecimento, que prestou depoimento no domingo. O delegado, no entanto, ressaltou que a documentação ainda precisa ser checada minuciosamente para se chegar a uma conclusão.

“O proprietário que foi ouvido reconheceu. Ele disse, na verdade, que não estava com o alvará atrasado, que tinha encaminhado o processo de renovação, mas que não havia sido renovado ainda. O importante é o seguinte: ele não tinha um alvará válido, ele tinha um alvará e estava em processo de renovação”, disse.

O delegado ressaltou ainda que, no momento, é prematuro pedir a prisão de qualquer responsável. “Ainda é muito preliminar a gente apontar alguma coisa nesse sentido. Nós não buscamos apontar responsáveis, buscamos esclarecer o fato. Uma eventual responsabilização, se tiver que vir, virá, como consequência da completa elucidação dos fatos”, acrescentou.

Arigony disse que, no momento, as equipes da polícia continuam fazendo a perícia no local do incêndio.

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