Corpo de militar morta em Santa Maria será sepultado em Inhaúma

'A atitude heróica era esperada de qualquer militar', diz coronel sobre tenente herói morto no Sul.

Primeiro tenente Leonardo Machado de Lacerda é velado no Rio | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
POR Felipe Freire

Rio -  O corpo da capitã médica cardiologista Daniele Dias Matos deve ser liberado nas próximas horas do setor de necropsia do Hospital Central do Exército (HCE), em Benfica. Mãe, irmã e uma tia de Daniele estão no local e aguardam a chegada de outros familiares. O corpo da capitã, que trabalhava no HCE, seguirá para o Cemitério de Inhaúma, onde será enterrado nesta quarta-feira. A mãe de Daniele pediu para abrir o caixão e olhar o corpo. Muito abalada, ela está a base de medicamentos. No local encontram-se também militares e amigos de Daniele. Segundo militares que trabalhavam com a capitã, ela era uma pessoa altamente alegre e bem quista, por isso o clima é de grande comoção no Hospital Central do Exército.

Cerimônia de Leonardo não terá honras militares | Foto: Reprodução

Tenente herói não terá honras militares
A pedido da família, a cerimônia do primeiro tenente Leonardo Machado de Lacerda, de 28 anos, não terá honras militares. Seu corpo será cremado às 17h40, no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária. De acordo com o coronel Mário Fonseca, do Comando Militar do Leste, Leonardo havia sido transferido há pouco tempo para Santa Maria. O comandante exaltou o ato do primeiro tenente, que voltou para o interior da boate para resgatar outras vítimas. "A atitude heróica era esperada de qualquer militar. As Forças Armadas estão abaladas, foram oito militares mortos, dois deles cariocas", disse.

 Tenente morreu depois de salvar colega e tentar resgatar menina
“Com certeza, foi um anjo da guarda que empurrou o Marcelo para o lado de fora, pois muitos não conseguiram”, agradeceu a mãe do capitão Radé, Regina Pacheco. O oficial foi levado para o Hospital de Caridade de Santa Maria intoxicado e com distúrbios de visão. No entanto, já voltou a enxergar, e seu quadro é estável. Segundo colegas do 1º Regimento de Carros de Combate de Santa Maria, o anjo da guarda tem nome e sobrenome. O morador de Copacabana já havia saído da boate quando voltou para ajudar Marcelo e procurar outra menina que os acompanhava.

“Com as mãos em seu ombro e agachado, ele levou o Marcelo até a porta. Tinha técnica para isso. Mas, perto da saída, voltou em busca da garota. Nessa hora, algo pode ter caído sobre ele, pode ter inalado muita fumaça ou as pessoas podem tê-lo empurrado”, contou o capitão Marcelo Alvares, que deveria estar na festa, mas desistiu. Pouco após o incêndio, Alvares recebeu ligação de Radé e foi ao local para ajudar.

Corajoso e apaixonado por blindados
‘Sabíamos exatamente o que esperar dele’. Para Joel Arruda e outros amigos militares que conviveram com De Lacerda, o ato heroico não chega a impressionar. Formado na turma de 2007 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) como oficial de Cavalaria, o 1º tenente, que era apaixonado por blindados, trabalhou durante cinco anos no 4º Regimento de Carros de Combate (RCC), em Rosário do Sul (RS). Há algumas semanas, foi transferido para o 1º RCC de Santa Maria. “Mesmo que tivesse resgatado as duas pessoas, ele continuaria retirando outras vítimas da boate. Assim era ele: alegre, extrovertido e altamente sociável", lembrou o oficial Alex Titan, que trabalhou dois anos com a vítima.

Para dimensionar o quão querido era, amigos lotaram a página do carioca na rede social Facebook, com mensagens de carinho, fotos e homenagens. Em uma delas, o pai de Leonardo, Flávio Alexandre de Lacerda, aproveitou para agradecer as demonstrações e também lembrou do tenente. “O da esquerda, com esse sorriso de quem é feliz, é meu filho querido”.

http://odia.ig.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mal silencioso: Veja 10 mandamentos para enfrentar a hipertensão

29 de janeiro de 1975: O assassinato do Bandido Lúcio Flávio