Coronel bate boca com a acusação e ataca inquérito do Caso Acioli

POR      Adriana Cruz - Vania Cunha

Rio -  Principal testemunha de defesa de um dos policiais acusados da morte da juíza Patrícia Acioli, o ex-comandante da PM, coronel Mário Sérgio, provocou polêmica em seu depoimento de três horas ontem, no primeiro dia de julgamento dos PMs Jovanis Falcão, Jéferson Araújo e Junior Cesar de Medeiros. Mostrando conhecimento do processo, Mário Sérgio disse que a morte da juíza encerrou prematuramente sua carreira e bateu boca com os promotores. Um deles, Rubem Vianna, deixou a sessão após escutar o coronel se queixar do que chamou de incoerência do inquérito.

Jeferson Araújo, sentado entre outros dois réus, sorri durante o júri: eles podem pegar até 36 anos de prisão | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

“A parte investigativa está correta, mas a partir disso a polícia ficou num dilema, pois não tinha como dizer quem fez o que”, disse o ex-homem forte da PM, que acusou ainda incoerência nos depoimentos de dois policiais que pediram o benefício da delação premiada — um deles desistiu depois. O ataque irritou a acusação. O promotor Leandro Navega acusou Mário Sérgio de inocentar os réus. A seguir, Navega perguntou se ele recebera dinheiro do coronel Cláudio, comandante nomeado pelo próprio Mário Sérgio para o 7º Batalhão e um dos réus no processo. Diante da negativa, o assistente de acusação, Técio Lins e Silva, leu sua ficha criminal, que incluiu prevarização, tortura, homicídio e lesão contra mulher, entre outros, questionando como ele fora nomeado. Mário Sérgio respondeu que Cláudio não fora condenado e citou que o comissário José Guimarães, que comandou a investigação, foi absolvido da acusação de receber propina do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O juiz Peterson Simões, da 3ª Vara Criminal de Niterói, pediu desculpas ao oficial, que alegou pressão alta e pediu atendimento médico ao término de seu depoimento. Dezesseis testemunhas foram ouvidas e hoje os réus serão interrogados. O veredito deve sair ainda hoje.

Advogada diz estar marcada para morrer
A advogada Ana Cláudia Abreu Lourenço, que no dia do crime contou aos policiais que Patrícia Acioli havia decretado as prisões deles por outro homicídio, revelou ao júri que tem medo de morrer. Ela ainda acusou o coronel Luiz Cláudio Oliveira, ex-comandante do 7º Batalhão, de ser mais perigoso que os demais.

“Há boatos de que há lista de marcados para morrer. Não estou lidando com um réu qualquer. Meu temor no processo não é nenhum desses meninos aqui. Mataram porque cumpriram ordem”, disse.  A advogada contou ainda que teria contato mais próximo com o réu Jeferson de Araújo. “Ele é meu anjo da guarda e já me livrou da morte”. 

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