Morre menina que esperou oito horas por cirurgia no plantão de Natal

Médico que faria o atendimento faltou por não concordar com a escala.

Paulo Araújo / Ag. O Dia - Faltou médico: Adrielly esperou oito horas por cirurgia

Do R7

Morreu na tarde deste domingo (30) a menina Adrielly dos Santos Vieira, de dez anos, que foi baleada na cabeça na noite de Natal, na favela do Urubuzinho, zona norte do Rio. Ela estava internada desde a madrugada do dia 25 após aguardar oito horas por uma cirurgia. O médico que a atenderia faltou ao plantão de Natal. De acordo com o pai da menina, o corpo ainda permanece no Hospital Souza Aguiar. Ainda não há confirmação do local do enterro.

Médico presta depoimento
O neurocirurgião Adão Orlando Crespo, que faltou ao plantão de Natal do hospital Salgado Filho e não atendeu , prestou depoimento à polícia na sexta-feira (28), na delegacia do Méier (23ª DP). De acordo com o médico, ele havia comunicado, há mais de um mês, que não concordava com a escala e, por isso, não trabalharia na madrugada do dia 25. A informação foi confirmada pela Polícia Civil. O delegado Luiz Archimedes Gomes de Azeredo, titular da 23ª DP, deverá convocar na próxima semana as pessoas para as quais Adão teria avisado sobre a falta ao plantão. Anteriormente, o neurocirurgião havia justificado a ausência dizendo que teria pedido demissão do hospital. Por ora, ele continua afastado pela Secretaria Municipal de Saúde.

Outros três profissionais do hospital compareceram à delegacia nesta sexta-feira: a pediatra Albina Luciana, o residente Pedro Carneiro e o chefe de plantão Ênio Eduardo. Todos trabalharam no dia do incidente. O médico que atendeu Adrielly ainda será ouvido. O diretor da unidade, Conrado Norberto Júnior, depôs na tarde de quinta-feira (27). Adão Orlando Crespo será investigado por omissão de socorro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro).

Prefeito vai demitir médico
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), informou que demitirá o neurocirurgião. Ele disse que pretende adotar o controle biométrico de trabalhadores em todos os hospitais administrados pelo município. Segundo Paes, a nova tecnologia será determinada no início de janeiro e os hospitais terão seis meses para se adaptarem à exigência. Em relação à demissão do profissional, o prefeito defende a abertura de inquérito para que o médico seja processado criminalmente pela ausência.

— Vou demitir esse médico, que é um irresponsável. Ninguém pode estar escalado para um plantão e simplesmente não aparecer. Acho até que ele tem de responder criminalmente por sua ausência.
Transferência
No início da tarde de quinta-feira, Adrielly foi transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a transferência se deu porque esta unidade tem um setor especializado em pediatria. O estado de saúde da menina é estável, mas grave.

http://noticias.r7.com

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