Retomada da guerra da milícia mata suspeito de chefiar grupo

Couto Júnior, 38 anos: acusado de dominar comunidades em Curicica | Foto: Reprodução Internet

Rio -  A retomada da guerra da milícia na Zona Oeste fez mais uma vítima. O cabo da PM Ronis José do Couto Júnior, 38 anos, foi assassinado nesta terça-feira à tarde com cinco tiros na cabeça, numa pensão no Largo da Preguiça, em Curicica, Jacarepaguá. Lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), Júnior era apontado como o líder do grupo de paramilitares que domina o bairro e arrecada dinheiro com a venda de segurança e a exploração de vans e caça-níquel. A morte do PM ocorreu logo após ele chegar à pensão, localizada na Rua Juranda, e sentar-se à mesa. Um homem, que também almoçava no comércio, se levantou e atirou pelas costas. Todos os disparos atingiram a nuca. A morte de Couto Júnior seria a quinta registrada este ano devido à disputa por territórios. A retomada dos crimes coincidem com o retorno às ruas dos milicianos presos pelos agentes da delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), a partir de 2009, conforme O DIA mostrou no dia 18. Eles foram soltos em liberdade condicional.

"Longe dos problemas"
O cabo parecia pressentir a aproximação da disputa em sua área. Num dos diálogos escritos, segunda-feira, na rede de relacionamento Facebook, Couto Júnior resume numa frase o dia que passou saltando de parapente: “Hoje esqueci dos meus problemas por alguns minutos”. Numa das imagens postadas, o cabo PM está ao lado do vereador Fernando Moraes e do cantor Belo. O músico participou, em setembro, do Arraiá da Preguiça, promovido por Júnior, de quem era amigo.

O cabo participou em apoio das últimas grandes operações da Polícia Federal no combate ao tráfico no Rio, que resultaram nas morte de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, e Marcelo da Silva Leandro, Marcelinho Niterói. Além da PM, Júnior foi lotado na Divisão Antissequestro (DAS).

O PM (camisa preta) ao lado de Belo e do vereador Fernando Moraes | Foto: Reprodução Internet

Brigas ocorrem também em outros bairros
As brigas não se restringem à parte do Guerenguê e Curicica: se estendem até o bairro de Boiúna. A região sempre foi "administrada" pelo PM reformado Eduardo José da Silva, o Zezinho Orelha. Após a ofensiva das investigações sobre as milícias no Rio, ele terceirizou a área e passou a se dedicar apenas à Escola de Samba União do Parque Curicica. O cabo Couto Júnior era apontado como seu homem de confiança e atuava ainda no esquema do caça-níquel em Jacarepaguá. As mortes na região começaram justamente após a liberdade de parte do grupo do ex-PM Fabrício Fernandes Mirra.

Entre os principais envolvidos que conseguiram a liberdade na Justiça estão Fabiano Vieira da Rocha, o Fabi, apontado nos inquéritos da Draco como o encarregado de matar e esquartejar as vítimas do grupo, Diogo Maia dos Santos e o PM Sérgio Roberto Gurgel Machado.

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