Pacientes do Hospital Miguel Couto mandam recado ao secretário de Saúde: pode vir sem medo

O atendimento na emergência do Hospital Miguel Couto foi elogiado Foto: Marcelo Theobald / EXTRA 

Flávia Junqueira

“Minha filha foi muito bem atendida aqui e tenho certeza de que ele também seria. Ainda mais sendo o secretário de Saúde. Pode vir para cá, secretário!”, disse Alexandra Borges Gomes, de 28 anos, enquanto aguardava, na emergência do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, o resultado dos exames feitos na pequena Thayná, de 2 anos, que sentia dores na barriga e já havia vomitado algumas vezes.

A diarista se referia ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, que, ao sofrer intoxicação por fumaça e um corte na perna num incêndio que atingiu sua cobertura dúplex, na Lagoa, na madrugada de sexta-feira, preferiu ser levado a um hospital privado ao de referência do Samu na região, o Miguel Couto.

Alexandra Borges, de 28 anos, levou a filha, Thayná, de 2 anos, para ser atendida no Miguel Couto: “Fizeram todos os exames nela. O atendimento é muito bom” Foto: Marcelo Theobald / EXTRA 

Mas se há quem esnobe, outros fazem questão de ser atendidos lá. É o caso da estudante Letícia Aparecida de Almeida, de 19 anos, que mora a cerca de 30 quilômetros do hospital - a cobertura de Côrtes fica a 1,7 quilômetro da unidade -, mas só confiou nos médicos do Miguel Couto para examinar seu filho de 2 anos, que se acidentou numa piscina.
- Moro em Curicica. Peguei dois ônibus para chegar aqui. Levamos uma hora e meia com o Henry no colo, chorando de dor, mas não vou ao Lourenço Jorge nem a nenhum outro hospital. O atendimento aqui é melhor - disse ela, que, cerca três horas depois, saía da unidade com o filho imobilizado. - Foi uma fratura de fêmur. Valeu a pena ter vindo aqui.

Acompanhando a mãe numa enfermaria da Clínica Médica desde quarta-feira, o auditor fiscal de qualidade Evandro Marques, de 32 anos, também é só elogios:
- O atendimento aqui é diferenciado. O secretário de Saúde poderia vir para cá. Ele seria bem tratado. E devia ter dado o exemplo. Se todo mundo tem que passar por um hospital público, ele também deveria.


O pequeno Henry, de 2 anos, foi levado pelos pais ao Miguel Couto: família mora em Curicica e pegou dois ônibus para chegar à unidade da Gávea Foto: Marcelo Theobald / EXTRA

Perguntas que ficaram sem resposta
- A Secretaria estadual de Defesa Civil, responsável pelo Corpo de Bombeiros, não respondeu ao EXTRA por que a guarnição que levou Sérgio Côrtes para um hospital privado, em vez do de referência, não será punida, já que quebrou uma norma da corporação. Também não informaram quem deu autorização à equipe para quebrar a regra.

- A Secretaria de Defesa Civil também não informou a razão de existir uma norma que determina que as vítimas sejam levadas apenas para os hospitais de referência da rede pública.

- A assessoria de imprensa dos Bombeiros afirmou que não informaria quantas remoções foram feitas para hospitais públicos e para hospitais particulares desde o ultimo sábado pelas ambulâncias do Samu/GSE.

http://extra.globo.com

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