PMs suspeitos de roubar dinheiro de mochila em restaurante podem ser expulsos


POR João Antonio Barros

Rio -  Fora de combate. Os quatro policiais do 4º BPM (São Cristóvão) suspeitos de sumir com a mochila usada pelos ladrões do Restaurante Brasa Gourmet, na Tijuca, foram afastados do patrulhamento nas ruas. A ordem do Comando da Polícia Militar é manter os agentes apenas nas atividades internas do batalhão até a conclusão das investigações. Eles respondem a inquérito militar e podem ser expulsos da corporação.

Como O DIA mostrou na quinta-feira, com exclusividade, vídeo filmou PMs pegando a mochila semelhante à usada para guardar o dinheiro roubado. Os quatro policiais participavam da operação de cerco aos ladrões do restaurante, há 20 dias. Um dos agentes é flagrado por cinegrafista amador no exato momento em que pega a mochila caída ao lado do corpo do assaltante Antônio Barbosa Rodrigues, o Ceará, na calçada do comércio, na Rua Professor Gabizo, na Tijuca. As cenas mostram ainda o PM se afastando do local carregando a mochila — os criminosos usaram uma para recolher R$ 11 mil roubados do cofre do restaurante.

A PM não divulgou o nome dos agentes. Eles foram identificados graças às imagens e ao GPS das patrulhas enviadas ao local do tiroteio no dia do assalto. Os PMs investigados por sumir com a mochila dos ladrões integram o segundo grupo de policiais a chegar ao restaurante. Naquele instante, seus colegas de farda trocaram tiros e atingiram três criminosos. Encarregada da investigação, a Corregedoria da PM deve concluir a apuração na próxima semana. O cinegrafista amador colocou parte das imagens na Internet no dia do assalto (13 de agosto) e alcançou 300 mil acessos.


Outras imagens compõem cenário

Base da investigação da Corregedoria da PM, a filmagem do cinegrafista amador não é a única imagem no inquérito. Há cenas gravadas pelo circuito interno do restaurante. Foi graças ao material que a polícia identificou o assaltante Ceará como o encarregado pela quadrilha de pegar o dinheiro no cofre. É exatamente ao lado do corpo deste ladrão que um dos PMs recolhe a mochila. Nos depoimentos à 18ª DP (Praça da Bandeira), testemunhas garantem que no assalto dois ladrões seguraram a mochila: Ceará e Reginaldo da Silva Cruz Neto — mortos no tiroteio.

A certeza de que a polícia havia recuperado o dinheiro era tanta, que, ao ver Ceará morto na porta, um dos funcionários gritou: ‘O dinheiro está com ele (Ceará).’ Já não estava mais.

Vídeo muda rumo de investigação
Com um celular e coragem, M. mudou o curso da investigação do assalto. Suas imagens deram luz à apuração sobre o paradeiro da mochila com o dinheiro roubado.

Na hora você viu o que estava filmando?
— Nem dava. Fiquei escondido debaixo de um carro e, aos poucos, levantei e vi o policial mexer no cadáver. Gravei.

Você acompanha a ação e segue PMs. Algo chamou a atenção?
— Queria mostrar o cerco. Na hora não dava para pensar em muita coisa. Havia a história de que outro bandido armado estava no restaurante.

E quando filmou as patrulhas?
— Filmei os carros, outros policiais, mas não posso dizer se o PM passou a mochila a outra pessoa ou a levou ao carro.

A repercussão com as imagens te assustou ?
— Não, nem sabia o que tinha filmado. Fiquei surpreso hoje ao ver na capa do DIA. Que ajude a sociedade. Sou apenas um cidadão que filmou a ação da polícia, como outros fizeram.

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