Adryano Amieiro, irmão de Patrícia, abraça a mãe, Tania. Jovem fez apelo para que buscas continuassem | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Rio - Os PMs acusados de matar e esconder o corpo da engenheira Patrícia Amieiro, desaparecida há quatro anos, ganharam promoção tempos depois do crime. A informação veio à tona durante a audiência do caso nesta sexta-feira, quando a juíza Ludmila Silva pediu os postos dos quatro suspeitos. Marcos Paulo Nogueira Maranhão se identificou como sargento, Wiliam Luís do Nascimento, terceiro sargento, Fábio da Silveira Santana, cabo e Márcio de Oliveira Santos, sargento.
Segundo a assessoria da polícia militar, a promoção
pode variar por tempo de serviço ou se for determinado por lei, através
de uma progressão. Se um policial não for expulso ou preso, a
progressão continua. No entanto, a promoção dos quatro ainda será
apurada. Todos os acusados negaram a autoria do crime. A juíza vai enviar ofícios para a Divisão de Homicídios (DH) e o
Instituto Criminalista Carlos Éboli (ICCE), determinando prazos para que
os objetos apreendidos nas buscas sejam identificados a perícia feita.
Delegado disse ter convicção da culpa de PMs
Em depoimento nesta sexta- feira na audiência de instrução de
julgamento no desaparecimento da engenheira, no Tribunal de Justiça, o
delegado Marcos Reimão disse ter convicção do envolvimento dos quatro
PMs na morte da jovem. Reimão, titular da Delegacia Anti-Sequestro (DAS)
à época, acompanhou as investigações. O policial militar Marcos Paulo
Nogueira Maranhão já prestou depoimento e negou a autoria do crime.
O irmão de Patrícia, Adryano Amieiro, ficou muito emocionado durante a
audiência e fez apelo às autoridades, pedindo que o governador Sérgio
Cabral e o Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, se pronunciarem: "A gente está tão perto. Tinha que ficar mais tempo lá. Se fosse filho
de governador ou prefeito, as buscas continuariam. Minha mãe tem muita
certeza que as roupas são dela. A gente quer que os acusados vão a juri
popular. Se isso não acontecer, vai dar alvará para as pessoas sairem
matando e escondendo corpos por aí. O caso da Patrícia tem que servir de
exemplo para que isso não aconteça mais. A gente não quer vingança, a
gente quer Justiça", comentou Adryano.
As buscas pelos restos mortais de Patrícia Amieiro foram encerradas | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Enquanto a família esperava a audiência, o pai de Patrícia, Celso
Franco, recebeu telefonema da secretária Nacional de Segurança Pública,
Regina MIki. Celso e a esposa Tânia Márcia Franco vão se encontrar com a
secretária até o fim do mês, em Brasília. Ele já havia pedido que o
caso de sua filha fosse tratado como de um preso político, pela Comissão
da Verdade.
Buscas encerradas
Após quatro dias de trabalho, a Polícia Civil, o Ministério Público do
Rio, e o Corpo de Bombeiros encerraram, na tarde desta sexta-feira, os
trabalhos de busca pelo corpo. A procura acontecia há quatro dias no
sítio Vitória, no Itanhangá, na Zona Oeste da cidade. O delegado titular
da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, o caso será encaminhado para
o Ministério Público. Apesar de todo o aparato utilizado, não foram
encontrados indícios do material genético de Patrícia.
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