Prefeitura de São Gonçalo mantém posto de saúde fechado há dois anos
Interditada em 2010, unidade, no Arsenal, virou local de proliferação de bicho, lixo e mato | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
POR Felipe Freire
Rio - Local onde circulavam pacientes e médicos agora é reduto de usuários de drogas e de proliferação de bicho, lixo e mato. Fechada há mais de dois anos, a unidade de Pronto-Atendimento Dr. Euríclides Jesus Zerbine, no Arsenal, São Gonçalo, deixou sem saúde pública moradores de pelo menos cinco bairros da região.
Para buscar atendimento, quem depende do SUS lá passou a peregrinar pela cidade ou até recorrer a unidades de Niterói.Durante as chuvas de abril de 2010, uma encosta que fica aos fundos da unidade médica colocou em risco a estrutura do posto, levando a Defesa Civil a interditá-lo.
Desde então, a prefeitura instalou faixa com os dizeres ‘Reforma
Geral’, mas, segundo moradores, nenhum tipo de intervenção foi feita no
local. Antigos pacientes contam que o serviço de pronto-atendimento 24 horas
tinha setor de emergência, pediatra, dentista, cirurgião e ambulância.
“Há duas semanas minha filha teve uma gripe forte e tive de pegar duas
conduções para levá-la ao posto da Covanca, que fica a 40 minutos
daqui”, disse Verônica Amadeu Cardoso, 22, com a pequena Maria Luiza, de
1 ano no colo.
Pouco após as chuvas, a Prefeitura de São Gonçalo chegou a informar que o posto Arsenal seria reformado em meses, o que não ocorreu. Em reposta, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde
limitou-se a informar que as obras de contenção de barreira já estão
previstas, sem dizer sequer quando será iniciada e finalizada ou quando a
unidade voltará a atender pacientes.
Sem tranca e pichada, unidade é retrato do abandono
Quem passa pelo Pronto-Atendimento Dr. Zerbine, às margens do Km 3 da
RJ-106, percebe o abandono. Sem tranca na porta principal e com estantes
acumulando poeira perto das janelas, a unidade nem de longe lembra a
utilidade que já teve um dia.
“Isso salvava vidas e agora serve apenas como foco de bandidos e
mosquitos. Podiam pelo menos colocar um vigia para preservar o que um
dia já foi uma casa de saúde”, sugere o jardineiro José Antônio de
Sousa, 40 anos.
“O Posto de Saúde Adão Pereira Nunes, também aqui no bairro, não dá
conta dos atendimentos. Muitas vezes tenho que ir à Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) do Fonseca, em Niterói. Isso é um absurdo”, completou.
Os moradores também não estão satisfeitos com a justificativa da
prefeitura. “Dizem que interditaram por conta da encosta. Ou seja, é só
fazer a obra. Mas como não são eles que precisam, esquecem ou se fazem
de desentendidos”, acusa o servente João Silva, 46.
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