Coordenador de UPPs acompanhará trabalho dos militares pessoalmente
Policiais da UPP Batan foram à delegacia após a informação de que um PM da unidade havia sido preso | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
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Marcello Victor Vania Cunha |
Rio -
Os frequentes casos de desvio de conduta envolvendo policiais das
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) levaram a Polícia Militar a
criar métodos para prevenir possíveis erros cometidos por policiais, em
sua maioria com pouco tempo de carreira. A partir da semana que vem, o coordenador das UPPs, coronel Rogério
Seabra, vai pessoalmente acompanhar o trabalho dos militares e promover
palestras para a tropa e as comunidades pacificadas. O último caso
envolvendo policiais dessas unidades aconteceu quinta-feira à noite,
quando um PM da UPP Batan foi preso por porte ilegal de arma, na Lapa.
A Corregedoria da PM vai apurar o caso — o órgão também investiga a
prisão de 12 policiais da UPP Mangueira suspeitos de extorsão, esta
semana. Para o coordenador, casos de corrupção e concussão (adquirir
vantagem graças à função que exerce) afetam o planejamento. “A corrupção
ocorre porque o desvio de caráter está associado à oportunidade. Por mais que a gente fiscalize, quem tem esse desvio vai fazer, se
tiver oportunidade. É nosso papel proteger a sociedade desses crimes”,
justifica Seabra.
O projeto ‘CPP na UPP’ vai visitar uma unidade por semana e deve
começar pelo Complexo de São Carlos. O coordenador das UPPs e sua equipe
vão acompanhar de perto a rotina das unidades, conversar com os
militares e a população, como forma de prevenção.
“Vamos passar o dia lá, trabalhando e ouvindo as pessoas, vendo as
necessidades tanto das comunidades quanto dos PMs. Vou sair em
patrulhamento nas ruas com eles, como forma de motivá-los a desenvolver o
melhor trabalho possível”, explicou.
Armas, touca ninja e celulares
O soldado Leonardo José Martins, 32 anos, lotado na UPP Batan, em
Realengo, foi preso por porte ilegal de arma, na Rua do Lavradio, na
Lapa. Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) receberam denúncia de que
ocupantes de um Astra branco estavam em atitude suspeita. No veículo,
além de Leonardo, havia outros dois homens e uma mulher, que tinha mandado de prisão por tráfico de drogas. O PM foi para a Unidade Prisional (antigo BEP), em Benfica. A denúncia informava que o local onde o veículo estava é um ponto de
venda de drogas. No Astra (HHT-5350), os policiais encontraram pistola
alemã 9mm, de uso das Forças Armadas, e outra PT 380. Nenhuma estava em
nome dos suspeitos. Havia seis celulares, dois carregadores, algema e
touca ninja.
Na 5ª DP (Gomes Freire), Leonardo argumentou que estava em trabalho de
investigação, mas não faz parte do setor de inteligência de nenhuma
unidade. Segundo policiais, testemunhas disseram que um outro carro dava
apoio.
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