Estela aguarda, ansiosa, pelo neto
Foto:
Fabiano Rocha
Há quase dois anos, Estela Santana Trigueiro de Souza, de 80 anos,
vinha mantendo a rotina de, uma vez por semana, acordar às 5h e preparar
um almoço especial. O destino em seguida era sempre a penitenciária
Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá,
está preso seu neto, o goleiro Bruno, acusado de ser o mandante da
morte da modelo Eliza Samúdio. Hoje, a saúde a impede de manter o
ritual: Estela não consegue mais subir a ladeira que dá acesso ao
presídio.
A notícia de que o neto havia conseguido a condicional
num processo do Rio — no qual é acusado de cárcere privado e lesão
corporal contra a modelo — e a esperança de um habeas corpus no Supremo
Tribunal Federal dão a Estela a convicção de que em breve poderá servir a
Bruno, em casa, seu prato preferido: macarronada.
— Tem noites em
que nem consigo dormir, e choro pensando nesse dia. Venho aqui na sala e
fico olhando para os quadros dele — diz ela.
Morando em uma casa
no bairro da Pampulha, presente dado por Bruno, ela, que se intitula
“avó e mãe” do jogador, mantém sua idolatria pelo neto nas paredes de
casa. São quadros com fotos dele ao lado de jogadores do Flamengo para
todo lado.
A família prefere não comentar os episódios que
resultaram na prisão de Bruno. Acreditam na inocência do jogador e
preferem falar sobre o presente.
— O começo foi muito ruim. Os
agentes penitenciários o tratavam mal, chamavam de assassino. Hoje,
precebemos que eles e os próprios presos passaram a adorar o Bruno — diz
Creuza Aparecida das Dores de Souza, tia do goleiro.
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