Aécio ajuda amigo Cabral a ficar fora de CPI de Cachoeira
Maioria de congressistas do PSDB vota contra convocação de governador do Rio. O mineiro nega ação
Adriano Ceolin, iG Brasília
Sob influência do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a maioria
dos integrantes tucanos na CPI do Cachoeira ajudou a derrubar o
requerimento de convocação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio
Cabral (PMDB) no começo da tarde desta quarta-feira. Os dois são amigos
pessoais.
Segundo o iG apurou, Aécio pediu que a bancada do
PSDB que rejeitasse o pedido de convocação do governador peemedebista.
Cabral já foi filiado ao PSDB no passado. Até 2006, era adversário do
PT. Aécio, que tem pretensões de disputar a Presidência da República,
sonha ainda com o apoio de parte do PMDB.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o senador mineiro negou ter
ajudado Cabral a escapar do depoimento e informou que sempre foi
favorável à convocação dos três governadores envolvidos no caso
Cachoeira.
Apesar de ter rejeitado a convocação de Cabral nesta quarta-feira, a
CPI aprovou o depoimento dos governadores Marconi Perillo (PSDB), de
Goiás, e Agnelo Queiróz (PT), do Distrito Federal. Os dois são citados
nas gravações do inquérito da Polícia Federal sobre o caso.
“Parte do PSDB preferiu não convocar Cabral neste momento. Ele não é
citado no inquérito. Vamos esperar os dados do sigilo bancário da Delta
Construções para depois avaliar”, afirmou o senador Cunha Lima
(PSDB-PB).
A convocação de Cabral foi motivada por conta do seu relacionamento
com o ex-dono da Delta Fernando Cavendish. A empreiteira tem contratos
milionários com o governo do Rio e dois são amigos.
Além disso, Cabral e Cavendish fizeram viagens para Paris que geraram
polêmica na internet e desgaste político para o governador "Não por
causa de um pano de prato na cabeça que ele precisa vir aqui", disse
Cunha, referindo-se a um vídeo em que os dois aparecem comemorando num
restaurante francês.
Os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Alvaro Dias (PSDB-PR) tiveram
posicionamento diferente. “Eu defendi a convocação do Cabral. Acho que
havia elementos suficientes. Mas não fechamos questão. Cada votou um
votou como quis”, afirmou Dias, que é líder da bancada no Senado.
PT e PMDB
Maiores bancadas na Câmara e o Senado, PT e PMDB conseguiram blindar
Cabral, mas não tiveram êxito na defesa de Agnelo. Presidente da CPI, o
senador Vital do Rêgo (PB) chegou a mudar seu voto. “Tinha votado a
favor da convocação. Me confundi porque cheguei atrasado”, disse.
Público defensor da não convocação do governador do Rio, o deputado
Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi a grande ausência na votação do
requerimento. Outro integrante aliado governista, o senador Fernando
Collor (PTB-AL) também faltou à reunião.
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