sábado, 21 de abril de 2012

Delta deixa obra do Maracanã

Foto: Divulgação

Investigada pela Federal e alvo de CPI, construtora suspende envio de verba para reforma 

Rio - A construtora Delta não integra mais o Consórcio ‘Maracanã 2014’, responsável pela reforma do estádio para a Copa do Mundo. Investigada pela Polícia Federal na operação Monte Carlo e alvo da CPI do Cachoeira, no Congresso, a construtora do empresário Fernando Soares Cavendish está em dificuldades para obter financiamento bancário — a comissão investiga a ligação de políticos e empresários com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira

Esta semana, a Delta não repassou mais de R$ 6 milhões — R$ 4,1 milhões na segunda-feira e R$ 2 milhões ontem — proporcionais à sua participação no consórcio. Iniciada em setembro de 2010, a reforma orçada em R$ 859 milhões estava sendo realizada pelo consórcio formado por Odebrecht Infraestrutura (49%), Andrade Gutierrez (21%) e Delta Construtora (30%). Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Obras, oficialmente, a Delta ainda é parte do consórcio, já que nenhum comunicado de desligamento foi encaminhado pela empresa. A Secretaria informou, ainda, que, caso haja alteração na composição do consórcio, o estado garante a conclusão da reforma, prevista para ocorrer em fevereiro de 2013. 

Essa foi a primeira baixa contabilizada pela construtora de Cavendish desde que começaram a surgir denúncias de envolvimento da empresa no financiamento do esquema de corrupção capitaneado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Cavendish é amigo do governador Sérgio Cabral, que baixou decreto para que todos os contratos da Delta com o governo sejam revistos. Pagot acusa empresa por saída do Dnit.

Diálogos captados pela Polícia Federal apontam que o grupo de Carlinhos Cachoeira atuou nos negócios do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O grupo teria articulado para afastar o diretor-geral, Luiz Antonio Pagot. Em entrevista à ‘Época’, o ex-diretor disse que foi afastado porque contrariou interesses da Delta e de Cachoeira. Ontem, a presidenta Dilma Rousseff disse que não ia “interferir” na CPI criada pelo Congresso para investigar Cachoeira: “A CPI é algo afeito ao Congresso”

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