Ônibus: Greve segue em Niterói e São Gonçalo, mas acaba na Baixada

No Terminal de Nova Iguaçu, grevistas tentaram impedir os motoristas de sair com os coletivos | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Reunião na segunda decide se eles voltam a cruzar os braços. Em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí ônibus continuam na garagem. Movimento afetou 2,5 milhões de passageiros
POR Angélica Fernandes
Fernanda Alves
Marcello Victor

Rio - Trégua para os passageiros da Baixada. Rodoviários de Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti, Nilópolis e Mesquita decidiram suspender a greve até segunda-feira, quando haverá nova assembleia. Os de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, no entanto, mantiveram a paralisação. Ontem, o movimento afetou o transporte de 2,5 milhões de pessoas no estado. O prejuízo para o comércio chegou a 50% do faturamento só na cidade de Niterói. Cerca de 200 manifestantes impediram que coletivos parassem nas baias do Terminal João Goulart, Centro de Niterói. Uma pessoa foi detida. O protesto se repetiu no Terminal Rodoviário de Nova Iguaçu, onde grevistas jogaram ovos e pedras nos veículos.

Quem tentou chegar ao trabalho penou nos pontos. “Não passa ônibus para nenhum lugar. Estou há quatro horas esperando um para Niterói”, revoltou-se o comerciante Gutemberg Odilon, 30 anos, no deserto terminal de Nova Iguaçu.

Nem na Baixada nem na Região Metropolitana foi respeitada a ordem judicial que impôs um limite mínimo de frota nas ruas, segundo as empresas. Em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado (Setrerj), Márcio Barbosa, afirma que só 25% dos coletivos estavam nas ruas. A Fetranspor informou que, na Baixada, 65% da frota circulou no horário de pico,contra 70% estipulados pela Justiça do Trabalho.

Cena rara em Nova Iguaçu: o terminal rodoviário quase deserto | Foto: Angélica Fernandes / Agência O Dia

A multa de R$ 100 mil por desobedecer a ordem ainda não foi cobrada. “Segunda-feira temos reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. Vou informar sobre o descumpimento da determinação”, explicou Barbosa.

Prejuízo no comércio chegou a 50%
Uma semana antes da Páscoa, lojas vazias no Centro de Nova Iguaçu. A queda nas vendas é reflexo da falta de transporte público na cidade. “A paralisação afetou cerca de 12% das vendas. As lojas que não fecharam suas portas tiveram problemas com falta de funcionários”, contou Antonio Alpino, presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu (Acini).

Em Niterói, a situação se repete. “Hoje (ontem), 10% das lojas não abriram as portas e as que estavam funcionando tiveram prejuízo de 50%. A greve uma semana antes da Páscoa nos prejudica muito”, lamentou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói, Fabrício Gonçalves.

Prejuízo para uns, lucro indevido para outros. Motoristas de van aproveitaram a dificuldade para superfaturar a passagem. Usuários reclamaram que alguns topiqueiros cobraram R$ 20 em Niterói. O mesmo abuso aconteceu na Baixada, com aumento de quase 100% na tarifa do transporte alternativo.

“Fiquei duas horas esperando um ônibus em Austin, para vir ao Centro de Nova Iguaçu. Sem opção, tive que pegar a van, R$ 2,25 mais cara”, reclamou a promotora de vendas Traciane Dantas da Silva, 20 anos, que costumava pagar R$ 2,75 pelo viagem.

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