Editor da Veja falou mais de duzentas vezes com Carlinhos Cachoeira

Policarpo Júnior, editor da Veja e Carlinhos Cachoeira: mais de 200 telefonemas interceptados pela Polícia Federal

Do Blog do Garotinho

Conforme adiantei no blog ontem, começaram a aparecer nomes dos jornalistas envolvidos com o contraventor Carlinhos Cachoeira. No relatório da Polícia Federal consta que o poderoso editor da Veja, Policarpo Júnior falou ao telefone com Carlinhos Cachoeira mais de duzentas vezes. O Ministério Público Federal quer agora ouvi-lo para saber o que tanto o “professor Cachoeira” conversava com o todo-poderoso editor da revista Veja, a mais influente do país. Como ilustrei ontem, “essa cachoeira vai virar um tsunami”. Policarpo é só o primeiro dos jornalistas, juízes, políticos (deputados e senadores), policiais civis, militares e federais envolvidos na rede montada para proteger Carlinhos Cachoeira.

Também nas gravações, o atual governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) chafurda na lama, assim o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) só faltam oferecer procuração ao contraventor para falar em nome dos estados. A coisa envolve tanta gente poderosa que já entrou em campo um grupo querendo montar uma “operação abafa”, uma vez que a própria imprensa vai sair bastante enlameada do caso.

Aliás, fica no ar uma pergunta:
A revista Veja quando faz denúncias contra políticos pede sempre que o acusado seja afastado do cargo até o fim das investigações. Vai afastar o Policarpo?

Reprodução do blog Rádio do Moreno

O jornalista Jorge Bastos Moreno (do Globo) amarelou

É simplesmente vergonhoso o que vocês vão ler abaixo, na reprodução de postagem do blog Rádio do Moreno, do jornalista Jorge Bastos Moreno, do jornal O Globo, abordando o fato de que o editor da Veja, Policarpo Júnior fez mais de duzentas ligações telefônicas para o contraventor Carlinhos Cachoeira. Para vocês entenderem, ontem, no blog do jornalista foi publicada uma nota com críticas a Policarpo Júnior, da Veja. Por ordem superior do diretor de Redação do Globo, Ascânio Seleme, a nota foi censurada e retirada do blog. Mas leiam a justificativa que depois farei mais comentários.

Como podem ver Jorge Bastos Moreno chega a se auto-flagelar ao dizer: “Recebi uma grave e merecida advertência do diretor de redação, Ascânio Seleme, por conta da publicação desse artigo. Moreno pede ainda desculpas públicas a Policarpo Júnior: ”Levianamente, várias pessoas foram atingidas pelo artigo, entre elas o chefe da sucursal da Veja em Brasília, Policarpo Junior, a quem reitero com ênfase os meus sinceros pedidos de desculpas pelo lamentável incidente”. E para completar Moreno ainda diz que jornalista não pode criticar jornalista: ”Independentemente da condição de respeitabilidade que usufrui no meio o jornalista Policarpo Junior, não considero correto que um blog de jornalista agrida outro jornalista”.

Ora, cabe ao jornalista Policarpo Júnior explicar o motivo de mais de duzentos telefonemas para o contraventor Carlinhos Cachoeira. Se está certo ou se está errado, isso será esclarecido durante as investigações. Agora imaginem vocês se um político aparece fazendo duzentas ligações para Cachoeira, o carnaval que a imprensa faria. Seria preservado até a conclusão do inquérito? Ora, é tudo uma grande hipocrisia. Quer dizer que a imprensa deve ter tratamento privilegiado?

Por uma triste ironia e coincidência hoje é dia 31 de março, quando há 48 anos foi deflagrado o golpe militar que impôs ao Brasil uma ditadura, que entre outras mazelas instituiu a censura no país. A mesma censura a que o Globo recorre por conta própria, hoje, em 2012, para proteger um “coleguinha” da imprensa. Vergonha!

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