Tio acusou Shanna, filha de bicheiro, da tentativa de homicídio de pecuarista
Shanna salta, com um de seus cavalos, durante uma competição Foto: Reprodução da internet
Carolina Heringer e Paolla Serra
A decisão judicial que determinou a prisão de Shanna Harrouche Garcia, de 26 anos — filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004, e controladora dos pontos de bicho da Zona Sul do Rio, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público — trouxe à tona outra briga em família. A juíza Adriana Valentim Andrade do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Cachoeira de Macacu, cita em sua decisão um depoimento à polícia de Alcebíades Paes Garcia, o Bide, tio de Shanna. Ele acusa a própria sobrinha da tentativa de matar o pecuarista Rogério Mesquita e outras três pessoas, em maio de 2008. De acordo com decisão judicial, o próprio Mesquita, alvo do atentado, também apontou o grupo como responsável pela tentativa de matá-lo. Ele acabou sendo executado em janeiro de 2009, em Ipanema. A disputa por outros pontos na cidade foi o motivo para que Shanna, com outros sete comparsas, fosse a responsável por uma tentativa de matar Mesquita, segundo a denúncia do Ministério Público estadual. No mês passado, a Justiça decretou a prisão preventiva do grupo pela tentativa de homicídio, incluindo ainda o crime de formação de quadrilha. Na denúncia, Shanna é acusada de ser a líder da organização criminosa que mantém a exploração ilícita do jogo do bicho, função assumida após a morte de seu pai.
Apaixonada por equitação
O cavalo é um dos grupos do jogo do bicho. Na vida de Shanna Harrouche Garcia, porém, o animal tem outros significados. Apaixonada por equitação e com talento para o esporte, ela tem pelo menos 81 cavalos. E, mesmo após assumir os negócios de Maninho, em 2004, continuou ocupando posições de destaque em competições. Em 2007, Shanna era a 123 do ranking da Confederação Brasileira de Hipismo na categoria Junior e Sénior — ficando na metade da tabela, que inclui competidores de todo o país. Dois anos depois, caiu para a última posição, ao lado de 63 outros competidores.
— Ela é uma das principais amazonas do país. Como amadora, já disputou concursos com profissionais e teve boas colocações — explica Luis Fernando Monzon, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Hípica Brasileira, onde Shanna continua sendo sócia.
No fim de abril do ano passado, Shanna ficou em oitavo lugar em uma das provas com obstáculos a 1,30m de altura, no Concurso Nacional de Salto, em Curitiba, no Paraná. Montando o cavalo SG Fape Casey, ela recebeu R$ 460 como premiação.
— Quando era mais nova, ela se dedicava mais — conta o o juiz e instrutor de equitação Fabio Sarti.
Segundo Heraldo Grilo, secretário-geral da Federação Equestre do Rio, Maninho "sempre acompanhava as competições da filha, que era muito corajosa". A irmã gêmea de Shanna, Tamara, também se dedicava ao esporte, mas parou ao sofrer um acidente, há cerca de oito anos:
— A mãe delas, Sabrina, gostava de montar as pistas, e fez parte do quadro da federação. A família toda era muito querida.
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