Com câncer, mulher é tratada por doenças erradas durante 3 anos no RS

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Uma mulher de 43 anos foi tratada com medicamentos e chegou a ser desenganada por médicos do Hospital Vida & Saúde, na cidade de Santa Rosa, no RS, por doenças que não tinha. As informações são do radialista Silvio Brasil, que acompanhou a história e mantém contato com a paciente, que pediu para não ter o nome divulgado. De acordo com o relato de Silvio, a paciente teria procurado o hospital há cerca de três anos, queixando-se de dores nas costas. Pelo SUS (Sistema Único de Saúde), teria sido atendida por oito médicos diferentes, cerca de metade deles no hospital mencionado, e recebido os diagnósticos mais diversos: depressão, problemas na coluna e até no intestino. Ela teria realizado tratamentos e sido medicada periodicamente, de acordo com relato do radialista. Entre os exames realizados estavam diversas ecografias, que não indicaram conclusivamente o motivo das dores que a mulher sentia.

Em dezembro de 2011, ainda sem resposta para os problemas que apresentava, a paciente decidiu realizar, no Vida & Saúde, exames na ala de atendimento particular. Foi submetida a uma cirurgia investigativa, também paga, e, durante o procedimento, teve detectado um câncer em estágio avançado. De acordo com os médicos, que desta vez acertaram o diagnóstico, a doença já havia comprometido útero, ovários e trompas, que foram retirados ainda no procedimento. A paciente iniciou o tratamento de quimioterapia no próprio hospital, inicialmente pelo sistema particular e, depois, novamente pelo SUS.

Em nota, o Hospital Vida & Saúde informou não possuir registros de atendimento à paciente anteriores a novembro de 2010, mas afirma que ela realizou exames pagos de imagem a partir desta época; voltou a ser atendida para exames e para a cirurgia em dezembro de 2011 - também pela rede particular - e realizou, a partir de janeiro deste ano, procedimentos periódicos no pronto-socorro e no setor de quimioterapia, pelo SUS. Sobre o assunto, o hospital limitou-se a responder que "os diagnósticos são de responsabilidade dos médicos, portanto, (a instituição) não tem como se manifestar ou se responsabilizar por eles".

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A presidente da Fundação Municipal de Saúde de Santa Rosa (FUMMSAR), Karina Wahhab Kucharski, esclareceu que o contrato entre uma instituição hospitalar e o SUS, feito por meio do orgão, envolve especialidade e infra-estrutura, não englobando, portanto, o corpo médico. Quem define de maneira autônoma quais profissionais irão atender os pacientes é o hospital, que deve garantir, junto ao FUMMSAR, a totalidade dos serviços estipulados em contrato.

Entre as contrapartidas para se conveniar ao SUS, as instituições devem prezar pela qualidade de atendimento, controle sanitário (avaliado pela ANVISA) e qualificação dos profissionais que atuam em suas instalações. Ainda de acordo com Karina, a maioria dos médicos atua nos hospitais por contrato, e não como funcionários. Nesse caso, existe um diretor técnico para responder pelos serviços prestados e pelo corpo médico.

"Eu (FUMMSAR) contrato o serviço. O médico faz parte do pacote", disse Karina. O 'pacote' envolve infra-estrutura (equipamentos, corpo clínico e serviços de limpeza, cozinha, etc): todos fornecidos com autonomia pelo hospital.

À reportagem do Terra, foi sugerido, pela assessoria de imprensa do hospital, conversar individualmente com cada médico que atendeu e diagnosticou a paciente durante todo o período de quase três anos. Entretanto, a instituição afirmou que não pode fornecer os dados dos profissionais. A mulher continua se submetendo a tratamento contra o câncer e, de acordo com Silvio Brasil, está abatida e debilitada. O radialista afirmou, ainda, que as reclamações acerca do sistema de saúda na cidade são constantes, o que a FUMMSAR não confirmou.

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