Câmeras são instaladas em galpão para evitar furtos nos escombros

Com maior parte dos escombros retirados, ruas e fachadas foram lavadas para serem reabertas | Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Corpos podem não mais ser achados, diz comandante do Corpo de Bombeiros 

POR Alessandra Horto Felipe Freire

Rio - Após mais de 100 horas de buscas, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, cogitou a possibilidade de alguns corpos não serem mais encontrados entre os destroços dos três prédios que desabaram no Centro do Rio. Contudo, ele garantiu que os trabalhos de procura não serão paralisados. Até o momento, 17 corpos foram encontrados no local da tragédia — destes, 13 foram identificados. Cinco pessoas estão desaparecidas. 

Entre a noite de sábado e a manhã deste domingo, bombeiros que vasculham o entulho, levado para um depósito em Duque de Caxias, encontraram mais seis partes de corpos. Encaminhadas para o IML, elas serão submetidas a exames de DNA para saber se são da mesma pessoa ou de vítimas diferentes. “Há situações parecidas em que os corpos nunca foram encontrados. É uma possibilidade. Além disso, os corpos podem estar carbonizados. Por isso, além de partes de corpos, começo a procurar ossos”, afirmou Simões. 

Para garantir que mais nada possa ter sido levado por engano para o galpão, os bombeiros começaram a peneirar o material, separando partes sólidas das líquidas. Na área do desabamento, na Avenida Treze de Maio, quase 95% da pilha de concreto já foi retirada. Por causa disto, a equipe de resgate e o uso de maquinários foram reduzidos para uma escavadeira e 15 homens. As ações agora se concentram no duto de ventilação e na parte dos fundos dos imóveis, onde ainda há entulho e mau cheiro. “Os trabalhos vão continuar até que tenhamos convicção de que não há mais nada. A diferença é que estamos em áreas onde máquinas não entram. É mais manual”, disse. Questionado sobre a rapidez na remoção do entulho, o que poderia ter causado a mutilação de corpos, Simões garantiu que a prioridade era a busca por sobreviventes. “Se não tivesse sido rápido, talvez diriam que não priorizei possíveis sobreviventes. O trabalho foi difícil. Tudo está muito compactado e, isso por si só, já mutila os corpos”

Segurança e fiscalização
Para aumentar a segurança e a fiscalização no galpão da Comlurb em Duque de Caxias, para onde estão sendo levados os destroços dos prédios, a Prefeitura do Rio instalou duas câmeras que monitoram os trabalhos durante 24 horas. Ontem, o prefeito Eduardo Paes voltou a comentar o episódio de possíveis furtos em um depósito na Zona Portuária e chamou de “delinquentes” os quatro funcionários suspeitos de uma empresa privada. Eles foram demitidos. “As câmeras ajudarão a reforçar a segurança no depósito, pois é inacreditável que estes delinquentes estivessem mexendo em entulhos de uma tragédia como essa”, afirmou. Por enquanto, todo o entulho está sob responsabilidade do Corpo de Bombeiros. Somente após a conclusão das buscas, a Polícia Civil e o Instituto de Criminalística Carlos Éboli realizarão a perícia técnica nos escombros. Depois, uma empresa que ainda será contratada pela prefeitura, ficará responsável por fazer a separação dos bens materiais que estão em meio aos escombros. 

A Procuradoria Geral do Município e a polícia também irão permitir que o processo de separação seja acompanhado, o quanto antes, por proprietários de salas dos prédios e parentes de vítimas. Assim que possíveis bens forem identificados, serão liberados. 

Prédio cobrou documentos
 A administração do Edifício Liberdade já havia questionado o excesso de peso de entulhos na laje pedido o documento Anotação de Responsabilidade Técnica, que autoriza obras, à empresa TO sobre as construções no 9º andar. O documento não havia sido entregue. Os pedidos foram apresentado ontem no ‘Fantástico’, da Rede Globo. Um dos donos da TO, Sérgio Alves, disse que não precisava do documento, já que as obras eram de pintura e “movimentação de paredes para preenchimento”. “Fui ao enterro de uma amiga e a família está revoltada comigo. Não tenho culpa. Quero saber porque o prédio caiu”
Colaborou Rafael Munhos 
http://odia.ig.com.br

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