'Não terei dificuldade de divergir do governo', diz Jader

Foto: AE - Daniel Barbalho, de 9 anos, mostra a língua para os fotógrafos no Senado nesta quarta-feira

Posse de paraense acirra briga entre PMDB e PT no Senado e Planalto avalia que terá de negociar espaços com peemedebista

Fred Raposo e Adriano Ceolin, iG Brasília

Recém-empossado, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) afirmou esta quarta-feira que, apesar de integrar a base aliada, “não terá dificuldade de divergir” do governo federal em votações na Casa. “Em princípio eu acompanho o meu partido”, disse Jader, em entrevista coletiva. “Evidentemente que isso não me impedirá, absolutamente, de eventualmente vir a divergir (do governo). Afinal de contas, devo o meu mandato exclusivamente ao povo do Pará”.

“Se eventualmente, em um determinado episódio, eu considerar que devo divergir não terei absolutamente nenhuma dificuldade de divergir”, reforçou o peemedebista, barrado no ano passado pela Lei da Ficha Limpa, que, contudo, promete em 2012 se "alinhar ao partido" e “ajudar no que for possível” o governo da presidenta Dilma Rousseff.

A declaração do peemedebista, que tem fortes laços com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AL), e com o líder do PMDB, Renan Calheiro (AL), sinaliza um recrudescimento da tensão que marcou as relações entre o partido e o PT no primeiro ano do governo Dilma.

Desde o início da nova legislatura, os petistas reclamam que o governo tem sido prejudicado pela atuação do líder governo, Romero Jucá (PMDB-RR). A divergência chegou a um ponto crítico em junho, quando a então senadora petista Gleisi Hoffmann (RS), hoje ministra-chefe da Casa Civil, atacou publicamente Jucá após sessão tumultuada que resultou na derrubada de duas medidas provisórias.

Foto: Alan Sampaio / iG Brasília 
Jader Barbalho (PMDB-PA) chega ao Senado acompanhado dos filhos Daniel e Giovana, que acompanharam a posse do peemedebista

Nos bastidores, o PT chegou a pedir a substituição de Jucá, mas o movimento foi rapidamente sufocado pela cúpula do PMDB, que ameaçou deixar a base governista. Apesar de avaliar como positiva a entrada de um senador da base no lugar da oposicionista Marinor Brito (PSOL-PA), que ocupou por 11 meses a vaga de Jader, o Planalto sabe que terá de negociar com Jader espaços no governo se quiser tê-lo como um aliado. O peemedebista, por sua vez, ficou mal visto por Dilma antes de voltar ao Senado. A presidenta não gostou do comportamento do senador paraense, que pressionou o PMDB a dificultar no Senado a sabatina da ministra Rosa Weber, indicada por Dilma para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), porque acreditava que o Planalto estava atuando contra ele. Na ocasião, líderes do PMDB ameaçaram não votar a indicação de Rosa até que o caso de Jader fosse resolvido. O impasse só se resolveu após Dilma chamar Jucá no Planalto para tomar satisfações.

Jader, no entanto, minimizou atritos com o governo e disse que entrou no “final da fila” no Senado, “como recruta”. “Não tenho nenhuma reivindicação a fazer, não sou candidato a posto nenhum, a não ser exercer o meu mandato pelo estado do Pará”, frisou.

O parlamentar chegou ao Senado acompanhado de dois de seus quatros filhos, Giovana, de 15 anos e Daniel, de 9 anos - que durante a entrevista coletiva fez caretas para cinegrafistas e fotógrafos. Jader rebateu crtíticas sobre a antecipação da posse, que acontece em meio ao recesso dos trabalhos legislativos. Segundo ele, a cerimônia de hoje foi marcada pelo presidente do Senado, José Sarney. "Não houve pressa. Achei até um pouco demorado. Acabei perdendo 11 meses de mandato", assinalou Jader, que até o reinício dos trabalhos, em fevereiro, receberá vencimentos de mais de R$ 50 mil, entre salário e ajudas de custos.

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Nota: Vê-se que o clima na família Barbalho, é de total descaso quanto aos méritos de ocupação do cargo de seu líder. Acredito que muitas caretas deverão ser mostradas não só por seu filho, como por ele próprio ao longo do mandato para a opinião pública. Obrigado.




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