Eu sou Bipolar...

jacksonmacena.com.br/Divulgação.

Do Blog da Katia

Perfil... Sou bipolar. Então falo pouco e às vezes falo muito. Sou irritável, quase louca, às vezes. A calma tem o seu tempo também. Sinto-me tão triste, às vezes, quanto ofegante de tanta alegria. Vivo, sendo duas pessoas num corpo só. E essas pessoas precisam de espaço. Subo e desço várias vezes à escada que tenho dentro de mim.

Sofrimento... Nasci para sofrer, é o que penso, assim como milhares de pessoas pelo mundo. Aceitamos o fato e não fazemos nada para modificar, sempre é melhor se sentir a vítima. Às vezes temos a necessidade frenética de sofrer. Por falta de dinheiro, por ter que agüentar um trabalho inóspito; por ter que dizer tantas coisas boas que temos por dentro, mas não saem porque a nossa boca não deixa; sofremos por tantas coisas e nem nos damos conta de que o sofrimento pode ser aquilo que nós mesmos estabelecemos em nossa vida. Eu sofro por ter que tomar remédio por toda a minha vida, mas esqueço de que tem aqueles que tomam remédio e sentem dor. Eu não sinto dor, só preciso dos remédios. Sou abençoada por isso. E não devo sofrer por.

Por não conseguir começar algo e ir até o final, paro sempre no caminho. Mas não penso naqueles que estando no bom caminho preferem se desviar e encontrar o desespero. Sou abençoada mesmo tendo que trilhar desviando de uma ou outra pedra, mas não me desvio “dele”. E não devo sofrer por isso. Por não conseguir dormir direito à noite, devido a minha insônia. Mas me esqueço daqueles que não dormem por não ter onde dormir, ficando pelas ruas e em estado de alerta para não serem maltratados. Abençoada sou porque posso dormir se tomar os comprimidos adequados e estando na segurança do meu lar. Eu não devo sofrer por isso. Nascemos para sofrer, não sei dizer se todos se enquadram nessa afirmativa. Cabe a cada um determinar o seu caminho e estabelecer o que é melhor para ele. O sofrimento pode ser passageiro. A agonia pode ser passageira. Você determina o que quer para sua vida. Pode ser que “ele” estabeleça pequenas pedras que devamos tirar enquanto estivermos por aqui. Pode ser que “ele” queira pequenos sofrimentos para que não esqueçamos de que “ele” passou o maior por nós.

Somos egoístas em pensar em tantas bobagens que dizemos para sermos considerados vítimas da vida.
A vida tá aí, para ser vivida e não chorada. Sei disso, assumo a minha responsabilidade. Faço o meu possível para que ela seja um pouco melhor a cada dia. E a cada dia que “ele” me dá, acho que mereço demonstrar que sou merecedora de tanta confiança. Ele confia em mim, bem sei disso, posso sentir isso pelas oportunidades que me aparecem, pelas janelas que são abertas no meu caminho. Mas nos sentimos traídos porque durante a nossa vida acabamos sempre rejeitando as pequenas janelas que nos aparecem. E rejeitamos por quê? Porque como bons egoístas que somos não queremos janelas, queremos portas. E por querer porta, desperdiçamos oportunidades. E por desperdiçar oportunidades, nos sentimos infelizes. E por sermos infelizes, só nos resta sofrer.

Sempre temos rotina em nossa vida

Sempre temos rotina em nossa vida desde que nascemos. Dormir, acordar, tomar banho, alimentar-se, vestir-se, trabalhar, adoecer, curar, tantas outras coisas. Até em baile de carnaval temos a rotina de um seguir o outro formando uma fila, que roda..., roda..., roda e de repente desaparece. Mas no ano seguinte surge novamente uma nova fila com novos parceiros, mas roda..., roda..., roda e desaparece novamente. A rotina da fila do banco, do ônibus, da lanchonete para comer.

Odeio o cotidiano, arroz, feijão, batata frita e bife. Quando aparece uma exceção, ficamos fora de órbita, perdidos, desorientados. Mas não deveríamos, mas temos que ser sensatos e nos surpreender diante de um novo dia. E o novo dia chega, e tudo começa igual como era no começo da semana. Vem o fim de semana, sem filas. Mas tem a da feira, da manicure, da compra para peça do carro. Lavar o cachorro primeiro ou o carro ou os dois juntos. E no domingo sem filas, sem rotinas, temos a rotina de nos dar de presente o não fazer nada, e por não fazer nada diferente nos domingos, retornamos a rotina. Ah! Mas eu faço algo diferente no domingo: vou à casa de parentes, vou sempre visitar alguém, almoço uma vez por mês em uma churrascaria, vou assistir futebol com amigos, tomo minha cervejinha com calma.

Se você se propõe a fazer várias dessas coisas sempre aos domingos, então virou rotina. O nosso dia a dia é composto de atos que se repetem ao longo da nossa vida; por se repetirem acabam se tornando rotina. Mas ela não é má. Ela faz parte de você, de como você é. É a sua vida. Não se pode fugir da vida de uma hora para outra só porque cansou dela. Cansou-se da rotina: mude aos poucos alguns hábitos. Faça "um algo diferente" durante um dia da semana; de um mês. Só não incorpore. Dê uma alternativa a sua vida, para que ela não se torne uma rotina.

Não se pode fugir da rotina, mas se pode uma vez tirar folga dela.

"A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau." Frase de Mark Twain

DE QUE TIPO VOCÊ É?

Existem pessoas que quando estão perto de nós transmitem serenidade e paz. Que quando nos olham sabem tudo que acontece em nossa alma. Elas conseguem ver o invisível. Nasceram para ser tornarem nossos melhores amigos, colegas, companheiros para nos fazer rir e nos fazer acreditar que o futuro será melhor. Orientam-nos, nos ajudam uma vez ou outra durante a nossa passagem por esta vida. Serão sempre boas para nós não importa o que façamos para elas. Ser bom é tudo que importa.

Mas de que tipo você é?

Na realidade não sabemos nada sobre nós. Sabemos que somos boas pessoas e é o suficiente. Preferimos aparentar ser a realmente ser.

E por que fazemos isso? Por que nos ocultamos realmente?

Porque é necessário para nossa sobrevivência. Vivemos em uma sociedade em que a aparência é tudo que importa. Aparentar ser feliz quando não está; estar infeliz quando gostaria de dar boas risadas; que gostamos disso quando odiamos; que perder não é o fim da vida. Somos seres vivendo sempre em dualidade. Dificilmente nos revelamos nos preservar torna-se necessário para nossa existência. Não abrimos o jogo e é só.
 Preservar é atitude natural, ser o que precisa ser.

Não vamos nos expor demais, devemos guarda um pouco de nós mesmos e quando somos forçados a nos expor, agimos com muita naturalidade: inventamos. Alguns vão além: mentem. Inventamos para não virar outdoor. Usamos a imaginação como armadura para nos defender dos pequenos atropelos que temos em nossa vida.

E inventando nos recriamos. Somos o que gostaríamos de ser, para não sermos machucados, para não sermos magoados. Apenas nos protegemos da forma que encontramos, seja inventando ou mentindo.

Inventar é ir além da realidade. Mentir é inventar uma realidade.

Não sei o que a maioria prefere, mas de qualquer forma mentindo ou inventado estaremos sempre nos ocultando.

Katia Lima
http://eusoubipolar.spaceblog.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mal silencioso: Veja 10 mandamentos para enfrentar a hipertensão

29 de janeiro de 1975: O assassinato do Bandido Lúcio Flávio