Sem relógio de ponto, faltam leitos no Fundão

Gabriela e a mãe: sem socorro, garota voltou para casa à noite com febre alta | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

Não há funcionários para atender crianças por ausência de comprovante de horas extras

POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - Um impasse burocrático está prejudicando o atendimento de crianças que buscam socorro no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), no Fundão, da UFRJ. A unidade, referência de média e alta complexidades, reduziu o número de leitos e tem sido obrigada a fechar a emergência devido à falta de médicos, enfermeiros e técnicos. O problema não é pouca verba: o Ministério da Educação (MEC) paga adicionais para que os profissionais deem plantões além de seus horários, mas vinculou esse pagamento ao uso do ponto eletrônico. O equipamento foi instalado pela direção do IPPMG, mas foi retirado por determinação da reitoria.

“O que está acontecendo é um absurdo. A reitoria alega que o controle fere a autonomia universitária, e a direção foi obrigada a tirar o controle”, disse o defensor público da União André Ordacgy, que deu entrada em ação civil pública tentar sanar o problema. “As crianças que precisam do atendimento é que são prejudicadas”, completa.

Com a mãe, Gabriela Silva Souza, 4 anos, buscou socorro no dia 15, mas teve que voltar para casa sem atendimento. A emergência estava fechada e a criança só foi atendida no dia seguinte. “Fui obrigada a voltar para casa às 23h, com a criança ardendo em febre. A gente precisa desse hospital funcionando 24 horas. O atendimento da emergência é bom, mas é frustrante chegar aqui e não ter vaga”, disse a recepcionista Maria Aparecida Silva Souza, 30 anos.

Em memorando ao qual O DIA teve acesso, a direção do IPPMG informa ao reitor Carlos Levi que está “preocupada com a proximidade da epidemia de dengue e com a redução do número de leitos”. A reitoria afirma buscar alternativa junto ao MEC.

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