Programa Clínica da Família já atende a 1,6 milhão no Rio


Atendimento odontológico e visitas domiciliares são algumas das características do projeto

POR GISLANDIA GOVERNO

Rio - Ana Luiza, 7 anos, não sabia o que era sentar na cadeira de dentista. Apesar de ter aprendido na escola a importância de escovar os dentes, ela só foi ao profissional pela primeira vez, esta semana. Isto aconteceu graças à implantação de uma Clínica da Família perto de sua casa, em Bangu, na Zona Oeste. “Foi muito bom ficar com a boca limpinha. Eu não sabia que tinha que escovar os dentes, a língua, o céu da boca e passar fio dental”, conta a menina, sob os olhos atentos da mãe, a técnica de enfermagem Ana Cláudia Izídio, 34. Atualmente, 47 clínicas da Família, criadas pela prefeitura, estão funcionando em 33 bairros. Ontem foi inaugurada a 21ª da Zona Oeste, na Vila Kosmos. E até 2012 serão 70. Criado há dois anos, o programa conta com 240 equipes de saúde e já cobre cerca de 26% da população, beneficiando 1,6 milhões de cariocas dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Todas as clínicas de Família possuem capacidade de diagnóstico muito elevada, já que oferecem exames laboratoriais, ultrassonografia, raios-x e eletrocardiograma. O cidadão pode fazer exames sem precisar ir a hospital, reduzindo as internações”, explica Hans Dohmann, secretário municipal de Saúde e Defesa Civil.

O projeto tem como destaques o sistema personalizado de assistência, no qual cada pessoa tem uma equipe de saúde que o acompanha, para que possa ser feito o diagnóstico precoce de doenças, além do atendimento médico em domicílio, para quem tem dificuldade de se locomover. Elvira Duarte, 94, que sofre de diabetes e hipertensão, recebeu a equipe liderada pelo médico Frederico Soares de Paula, 32. “São meus anjos da guarda”, elogiou.

Cai número de internações

Com a expansão das Clínicas da Família, dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam queda de mortalidades materna e infantil. Comparando o mês de maio deste ano com o mesmo período de 2010, a mortalidade materna diminuiu 37%, caindo de 80,8 para 50,6. As médias anuais caíram 22,5% de 2009 a até maio de 2011. Uma das causas foi a maior oferta de atenção primária, que contribui para a adesão ao pré-natal. O impacto do programa também mostra queda nas internações por doenças cardiovasculares. Houve redução de mais de 25 mil internações de 2009 para 2010. Ano passado foram menos 748 internações por hipertensão arterial e menos 525 por doenças isquêmicas do coração, em comparação a 2008. De lá até 2010, as internações por doenças do aparelho circulatório diminuíram em 1.789.

 http://odia.ig.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mal silencioso: Veja 10 mandamentos para enfrentar a hipertensão

29 de janeiro de 1975: O assassinato do Bandido Lúcio Flávio