Brasileiro paga mais caro por carros com menos segurança

http://odia.ig.com.br/Divulgação. deputado federal Hugo Leal(PSC/RJ)

Testes apontam que modelos vendidos no País estão 20 anos atrás dos oferecidos lá fora

POR PRISCILA BELMONTE

Rio - Mesmo mais caros que os similares vendidos na Europa e nos Estados Unidos, os carros oferecidos no Brasil e em diferentes países da América Latina perdem de longe no quesito segurança. A defasagem chega a ser alarmante: o País está 20 anos atrás dos estrangeiros, aponta o Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos na América Latina). Os preços dos veículos avaliados em testes da consultoria variam de R$ 25 mil (Celta) a R$ 65 mil (Ford Focus). Para se ter uma ideia da diferença custo/benefício, o Nissan Tiide vale, nos EUA, a partir de US$ 14 mil (já com freios ABS e airbags), enquanto no Brasil, modelo sai por R$ 50 mil (com airbags, sem freios ABS, opcionais).

Nos testes de colisão, em São Paulo, a falta de itens básicos de segurança para ocupantes em todos os oito modelos mais vendidos foi o que mais chamou atenção. A compatibilidade da cadeirinha infantil com o cinto de segurança foi colocada à prova. Houve falhas no sistema de segurança para menores em alguns modelos. Em avaliação que pode chegar a 5 estrelas em proteção infantil, a maior classificação foi 3 estrelas. Também foram verificadas resistência da carroceria e proteção de pernas, cabeça, pescoço e peito dos usuários. Relator de projeto de lei que obriga novos itens de segurança nos veículos a partir de 2014, o deputado federal Hugo Leal (PSC/RJ) alerta: “Carrocerias frágeis colocam a vida das pessoas em risco”.

Em vários modelos, cintos eram incompatíveis com as cadeirinhas

- Avaliação da segurança infantil foi fraca: Chevrolet Corsa Classic, Nissan Tiida e Nissan March tiveram apenas 1 estrela na cadeirinha das crianças. Chevrolet Celta e Novo Fiat Uno receberam 2 estrelas, e Ford KA, Chevrolet Cruze e Ford Focus, 3 estrelas.

- Em vários modelos, item infantil foi incompatível com o uso do cinto.

- No teste com Chevrolet Classic, apontado como o que oferece menos segurança, volante apresentou risco elevado para lesão fatal na cabeça do motorista e fraca proteção ao peito.

- Já na simulação com o Nissan Tiida Hatchback, com airbag para o motorista, a cadeirinha quebrou com impacto: frágil proteção para o peito das crianças. No modelo com airbag duplo, a cadeira infantil de 3 anos não evitou deslocamento para a frente.

- “Há quem compre carro e se importe mais com opcionais de luxo do que com a segurança”, alerta Maria Inês Dolci, da Pro Teste (Associação do Consumidor).

De lupa

AVALIAÇÃO — O teste de colisão mostra aos consumidores a classificação real de risco dos automóveis, o que torna a escolha mais consciente. Segundo especialistas, itens de segurança devem ser avaliados no ato da compra.

DEFASAGEM — Os modelos brasileiros e de outros países da América Latina são mais caros e estão aquém dos veículos da Europa e dos EUA no quesito segurança. Em muitos carros, ainda faltam itens básicos, como air bags e freios ABS.

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