segunda-feira, 24 de julho de 2017

Servidor: compra da Cedae pelo BNDES será discutida nesta segunda

Governo diz que espera quitar atrasados em agosto, mas funcionalismo se mostra cético.


Governo diz que espera quitar atrasados em
agosto, mas funcionalismo se mostra cético.
O DIA

Rio - O Estado do Rio investe em todas as frentes para buscar recursos e quitar os salários atrasados do funcionalismo. O empréstimo bancário de R$ 3.500.000.000,00, tendo as ações da Cedae como garantia, sempre foi apontado como a grande solução. O crédito teria aval da União. Mas, agora, a ideia estudada pelos governos estadual e federal de compra de ações da estatal pelo BNDES ganha cada vez mais forma. E, hoje, representantes do banco e dos entes se reunirão para tratar disso. A compra da companhia de águas e esgoto do Rio não retiraria o controle acionário do Executivo do Rio. O BNDES adquiriria menos da metade das ações da empresa como uma forma de viabilizar a chegada de dinheiro para o estado. A reunião de hoje terá, a princípio, a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco; do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro; e do governador Luiz Fernando Pezão.

Pezão já terá retornado de sua licença recomendada por seus médicos. De acordo com as informações, o governador foi diagnosticado com síndrome metabólica, que envolve problemas de descompensação do diabetes e aumento de peso, entre outros. Ele foi se tratar em uma clínica e SPA em Penedo.

O valor de mercado da Cedae ainda não foi fechado e, segundo o governador, o estado está agilizando a contratação de uma empresa que fará essa avaliação. Diante dessas negociações, o governador disse, na última quinta-feira, que espera quitar os salários atrasados — maio, junho e décimo terceiro — do funcionalismo dentro do mês de agosto. Mas para o presidente da Comissão de Tributação da Alerj, deputado Luiz Paulo (PSDB), a ideia de compra de ações da Cedae pelo BNDES e da quitação dos salários dos servidores em agosto sugere muitos questionamentos. “Esse tipo de operação não está nas regras do banco, que é uma instituição de fomento. E ainda não foi feita a modelagem de venda da companhia. Há tantas interrogações que é impossível alguém afirmar que tudo estará resolvido em agosto”, ponderou o parlamentar.

Mas como a ideia de ‘antecipar’ a venda da Cedae ao BNDES, justamente para conseguir verbas o mais rápido possível, já vem sendo estudada, a esperança de integrantes do Palácio Guanabara é que a União atue dessa forma. E até porque a operação envolvendo a companhia seria a alternativa mais imediata do que esperar a assinatura do acordo de recuperação fiscal: até a última sexta, a Presidência da República não havia publicado o decreto para regulamentar a lei. Só depois de sair a norma é que o governo Pezão poderá protocolar o pedido formal de adesão ao regime.

Na última sexta, foi a vez do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fazer apelo ao governo federal. Em entrevista ao RJTV , ele disse que o estado precisava urgentemente de ajuda financeira, em, no máximo, 15 dias.

A espera pela ajuda federal tem se arrastado por tanto tempo que os servidores já não se mostram esperançosos com os alertas feitos pelo governo e deputados. “Quando o projeto de lei para venda da Cedae foi enviado à Alerj, por exemplo, foi dito aos deputados que em 15 dias após a aprovação seriam injetados os R$ 3.500.000.000,00 no estado. Estamos esperando até hoje. E diante da postura do governo federal, conseguimos acreditar que em 15 dias tudo se resolverá. Enquanto isso, o servidor sofre”, declarou um dos líderes do Muspe, Marcos Freitas, do SindpeFaetec.

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